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Celular de Bolsonaro revela mensagens ao ministro Fux e tentativa de manipular julgamento

1267 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A Polícia Federal descobriu que Jair Bolsonaro usou seu celular pessoal para enviar mensagens diretamente ao ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma tentativa de aproximação política. Os recados, encaminhados por lista de transmissão do WhatsApp, ocorreram em 1º de maio de 2023, dois dias antes da operação que apreendeu o aparelho. As mensagens faziam parte da investigação sobre fraudes em cartões de vacina.

Em uma delas, Bolsonaro compartilhou um vídeo em que é aplaudido por apoiadores na Agrishow, em Ribeirão Preto, escrevendo: “Obrigado, meu Deus… Ribeirão Preto/SP. 01/maio/2023. Agrisho.” Apesar do tom populista da mensagem, Fux ignorou os contatos. Fontes próximas ao ministro informaram que não houve qualquer resposta nem histórico recente de conversa entre os dois.


Fux, embora já tenha mantido relações institucionais com Bolsonaro durante sua presidência no STF (2020–2022), atualmente se posiciona como contraponto ao ministro Alexandre de Moraes nas ações contra o ex-presidente. Foi o único da Primeira Turma do Supremo a votar contra a imposição da tornozeleira eletrônica e a suspensão de redes sociais de Bolsonaro, alegando suposta violação à liberdade de expressão.

A PF também constatou que Bolsonaro ainda mantinha um número antigo de Moraes em sua agenda, usado na época em que ambos faziam parte do governo. No entanto, Moraes trocou de contato, e não há registros de conversa no aparelho analisado. Tentativas de reaproximação, como a intermediação de Michel Temer, fracassaram diante dos repetidos ataques públicos de Bolsonaro a Moraes.

Fux criticou as decisões de Moraes por, segundo ele, extrapolarem os limites da razoabilidade, restringindo direitos como liberdade de expressão e comunicação. No entanto, o argumento é visto como uma blindagem disfarçada ao ex-presidente, que é réu por tentativa de golpe e outras graves acusações. A defesa do “direito de ir e vir” de um réu por ataque à democracia escancara o fosso entre garantismo seletivo e justiça de fato.

Com informações do Brasil 247

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