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A China já se posicionou como parceira estratégica dos países atingidos pelo tarifaço imposto por Donald Trump, oferecendo ajuda para escapar das chantagens comerciais do governo norte-americano. O Brasil, que recentemente firmou com Pequim o ambicioso projeto da ferrovia bioceânica — ligando o Atlântico ao Pacífico —, tem diante de si a oportunidade de ampliar esse acordo para uma transformação completa em sua infraestrutura logística, hoje dependente de rodovias.
Com o aço e o alumínio brasileiros penalizados por tarifas de 50% a partir do próximo mês, torna-se inviável manter as exportações para os Estados Unidos. Uma saída viável e estratégica é redirecionar essa produção para dentro do próprio Brasil. A expansão da malha ferroviária nacional, com apoio da China, permitiria o uso massivo desses insumos e salvaria milhares de empregos qualificados, fortalecendo também setores como a construção civil.
A integração sul-americana através da Nova Rota da Seda também representa uma chance de ampliar os mercados para a indústria brasileira. Muitos países vizinhos não possuem produção suficiente de aço e alumínio, nem estrutura econômica para grandes projetos. Com investimento chinês, podem surgir novas obras e demanda regional por produtos que hoje enfrentam barreiras nos EUA.

O preconceito ideológico que tenta manter o Brasil submisso ao eixo Washington-Nova York precisa ser deixado de lado. A China de hoje não é um regime comunista clássico, mas um modelo híbrido de capitalismo de Estado com fortes resultados sociais e econômicos. Ignorar essa realidade por dogmas ultrapassados só prejudica o Brasil e sua inserção no mundo multipolar.
Outras soluções criativas também são possíveis em setores como o da laranja e do café. O suco de laranja, por exemplo, pode ser absorvido pelo mercado interno com apoio das secretarias de educação, distribuído a alunos da rede pública. No caso do café, uma articulação entre Brasil, Colômbia e outros exportadores poderia evitar guerra de preços, nos moldes da OPEP, protegendo produtores e economias nacionais.
Ao fim de todo esse reposicionamento, os maiores prejudicados serão os próprios Estados Unidos, que verão suas cadeias produtivas encarecidas e suas classes médias privadas de produtos que antes consumiam com fartura. Ironia do destino: a laranja que os americanos perdem pode acabar enriquecendo a merenda das crianças brasileiras, com mais saúde, mais justiça e menos dependência externa.
Com informações do DCM
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