30/7/2025 12:48

Deputado italiano ajudou a capturar Zambelli e quer impedir cidadania a golpistas

593 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A prisão de Carla Zambelli em Roma, no último dia 29, contou com papel decisivo do deputado italiano Angelo Bonelli, do Partido Verde Europeu. Foi ele quem informou oficialmente às autoridades italianas o paradeiro da bolsonarista foragida, após sua inclusão na lista vermelha da Interpol. Bonelli já havia se manifestado contra a concessão de refúgio à deputada e também foi um dos primeiros, ainda em 2023, a pedir que Jair Bolsonaro não recebesse cidadania italiana.

Nos documentos entregues ao governo da Itália, Bonelli detalhou os crimes cometidos por Zambelli, incluindo a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a inserção de documentos falsos — entre eles um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. O deputado também citou o episódio em que Zambelli sacou uma arma em plena rua, em bairro nobre de São Paulo, e propôs mudanças na legislação italiana para impedir que pessoas condenadas por crimes contra a democracia mantenham a cidadania italiana.

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal em maio deste ano. A Corte determinou ainda sua perda de mandato e inelegibilidade com base na Lei da Ficha Limpa. Conforme o relator Alexandre de Moraes, a deputada orientou diretamente o hacker Walter Delgatti a inserir 16 documentos falsos no sistema do CNJ — um dos quais foi acessado por ela segundos após ser criado, reforçando a autoria do crime.

Bonelli tem se destacado na Itália pela firme oposição à presença de figuras da extrema-direita brasileira em território europeu. Em 2023, ele denunciou ao Parlamento italiano os riscos de acolher Bolsonaro e seus filhos, diante da série de investigações em curso no Brasil. O parlamentar classificou os ataques golpistas de 8 de janeiro como terrorismo e defendeu que isso fosse suficiente para barrar qualquer pedido de cidadania por parte dos Bolsonaro.

Com a localização de Zambelli, a Interpol executou o mandado de prisão, e a deputada passou a ser procurada em 196 países. Agora, o governo italiano tem até 48 horas para decidir entre manter a prisão, conceder liberdade provisória ou autorizar a extradição ao Brasil, onde a bolsonarista deverá cumprir pena em regime fechado.

A atuação internacional de Bonelli evidencia o isolamento político do bolsonarismo no exterior. Enquanto Zambelli tenta escapar das consequências de seus crimes, cresce a articulação de lideranças democráticas ao redor do mundo para impedir que criminosos da extrema-direita brasileira encontrem abrigo fora do país.

Veja o vídeo:


Com informações do DCM

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