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Em entrevista ao jornal New York Times, publicada nesta quarta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma resposta clara e dura ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que exigiu o fim do processo judicial contra Jair Bolsonaro. Lula afirmou que Trump desconhece completamente o funcionamento do Estado brasileiro e lembrou que, no Brasil, “os três Poderes são totalmente autônomos”.
O presidente brasileiro referia-se à carta divulgada por Trump no início de julho, em que o norte-americano classificou o julgamento de Bolsonaro como uma “caça às bruxas” e condicionou relações diplomáticas à suspensão do processo. Lula, no entanto, explicou que o julgamento está nas mãos da Suprema Corte e se baseia em acusações oriundas de delações feitas por militares próximos ao próprio Bolsonaro — não se trata, portanto, de perseguição política, mas de fatos graves e documentados.
“Bolsonaro está sendo julgado com total direito à defesa, dentro da Constituição. As acusações foram feitas pela Procuradoria-Geral da República, não pelo governo”, explicou Lula. Ele também reforçou que o Executivo brasileiro não interfere no Judiciário: “Aqui, a lei é para todo mundo. O processo deve transcorrer livremente, sem intromissão da política”.
Lula revelou ainda que tentou estabelecer diálogo com o governo Trump por vias diplomáticas, mas não obteve sucesso. “Designei meu vice-presidente, meu ministro da Agricultura, meu ministro da Economia, para que todos buscassem conversa com seus equivalentes nos EUA. Até agora, não foi possível”, lamentou.
As declarações de Lula chegam num momento de forte tensão entre os dois países, após os EUA imporem tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e aplicarem a chamada Lei Magnitsky contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. A tentativa de Donald Trump de usar medidas econômicas e sanções para interferir na Justiça brasileira tem sido criticada por autoridades e juristas no Brasil.
Ao deixar claro que não se curvará a pressões internacionais e que o Brasil tem instituições sólidas, Lula reforça sua liderança no cenário global e defende, com firmeza, a soberania nacional frente ao autoritarismo travestido de diplomacia.
Com informações do DCM
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