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O Palácio do Planalto enfrenta uma fase de instabilidade na base aliada, reflexo de um Congresso cada vez mais fragmentado e de uma direita que tenta se reorganizar em torno do governador paulista Tarcísio de Freitas, herdeiro político do bolsonarismo. Partidos com ministérios importantes — MDB, PP, União Brasil e PSD — têm reduzido o apoio nas votações da Câmara, provocando derrotas pontuais ao governo Lula em 2025.
Um levantamento mostra que o MDB, que apoiava 75% das pautas do governo em 2023, hoje registra apenas 61% de fidelidade, mesmo abrigando nomes de peso como Simone Tebet (Planejamento), Renan Filho (Transportes) e Jader Filho (Cidades). No PP e no União Brasil, a situação é semelhante: o apoio caiu para 58% e 51%, respectivamente. Na votação da MP do IOF, 97% dos deputados do PP votaram contra o Executivo — um sinal de que parte do centrão busca se distanciar para negociar mais caro seu apoio.
No União Brasil, o clima é de crítica velada à condução econômica. O senador Efraim Filho (PB) afirmou que o ministro Fernando Haddad “fala todos os dias de arrecadação, mas esquece de cortar despesas”. Já no PSD, a fidelidade caiu de 80% para 68%, e o partido foi atingido por demissões em cargos do Ministério da Agricultura, vistas como parte de uma “reorganização da base”, nas palavras da ministra Gleisi Hoffmann: “Quem é leal ao governo precisa ser valorizado — quem não é, não tem por que ficar”.
Apesar das dificuldades na Câmara, o governo mantém força no Senado, onde Davi Alcolumbre (União-AP) tem atuado como aliado estratégico, articulando inclusive a indicação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao Supremo Tribunal Federal. A composição mais equilibrada da Casa, com forte presença de representantes do Norte e Nordeste, ajuda o Planalto a conter desgastes políticos e preservar estabilidade institucional.
O MDB, embora dividido, tenta reafirmar aliança com Lula e nega ruptura. Dirigentes do partido alegam que o afastamento se deve “ao teor das matérias”, e não à perda de confiança no governo. Nos bastidores, porém, parlamentares de São Paulo e do Rio Grande do Sul assumem posições mais distantes, mirando o xadrez eleitoral de 2026.
Para o líder do governo na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), a infidelidade tem origem na antecipação da disputa presidencial: “Quem optar por votar contra o governo precisa escolher o lado em que quer estar — o da reconstrução do Brasil ou o da extrema direita que já destruiu o país uma vez”.
Com informações do DCM
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