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A nova fronteira energética do Brasil começa a sair do papel. Após seis anos de impasse, o Ibama concedeu a licença ambiental para a Petrobras perfurar o primeiro poço exploratório na Margem Equatorial, no bloco FZA-M-59, localizado na costa do Amapá. A autorização foi emitida no último momento possível, evitando que a estatal perdesse a sonda NS-42 e tivesse de reiniciar todo o processo de licenciamento.
O atraso quase custou caro à Petrobras, que desde 2022 já desembolsou cerca de R$ 1 bilhão apenas em atividades de licenciamento e apoio logístico, segundo dados da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Desse total, R$ 543 milhões foram para o aluguel da sonda, R$ 327 milhões para embarcações de apoio e R$ 142 milhões para serviços de aviação. O custo estimado para perfurar o poço Morpho — o primeiro dos quatro planejados — é de R$ 800 milhões, menos do que a empresa gastou esperando a autorização.
Os prejuízos da demora são expressivos: caso o projeto tivesse começado em 2023, o primeiro óleo poderia ser extraído em 2027, e não em 2029. Considerando uma produção média de 200 mil barris por dia, o atraso representa cerca de R$ 12 bilhões em lucro líquido não realizado. Se a operação contasse com dois FPSOs, o valor das oportunidades perdidas poderia chegar a R$ 25 bilhões, além de R$ 4 bilhões em impostos e royalties que deixaram de ser arrecadados.
O Ibama, por sua vez, defende o rigor do processo. O órgão exigiu novas bases de reabilitação de fauna, embarcações de apoio e um simulado de emergência com 400 pessoas antes de liberar a perfuração. A postura reflete o compromisso do governo Lula com a preservação ambiental e a transição energética — embora a Petrobras tenha arcado sozinha com os custos da espera.
Enquanto o Brasil dá os primeiros passos na Margem Equatorial, países vizinhos avançam em ritmo acelerado. A Guiana já produz 650 mil barris diários e deve dobrar esse número até 2027, enquanto o Suriname autorizou seu primeiro projeto de 200 mil barris por dia para 2028. A diferença, segundo especialistas, não está no potencial geológico, mas na velocidade de execução dos projetos.
Com informações do Brasil 247
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