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O Parlamento japonês elegeu nesta terça-feira (21) Sanae Takaichi, de 64 anos, como a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra do Japão. Ex-ministra dos Assuntos Internos e da Segurança Econômica, ela venceu a disputa interna do Partido Liberal Democrata (PLD) e assume o governo em meio a uma crise de confiança na legenda e a um cenário econômico delicado, marcado por inflação e queda do poder de compra.
Conservadora ferrenha e seguidora política do ex-premiê Shinzo Abe, assassinado em 2022, Takaichi promete manter a linha ultranacionalista de seu mentor: reforço militar, revisão da Constituição pacifista e endurecimento contra a imigração. A nova premiê é contrária ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, à adoção de sobrenomes diferentes por casais e à presença de mulheres na sucessão imperial — posições que dividem a sociedade japonesa e causam apreensão entre grupos progressistas.
Com 237 votos na Câmara Baixa e 125 na Câmara Alta, Takaichi consolidou sua vitória com apoio do Partido da Inovação (Ishin), após o recuo do aliado Komeito. É a quarta pessoa a ocupar o cargo em cinco anos, o que evidencia a instabilidade política japonesa. Ela deve formar um gabinete dominado por aliados de Taro Aso, veterano conservador do PLD.
A premiê já foi elogiada por Donald Trump, que chamou sua eleição de “tremenda notícia”. Em resposta, Takaichi afirmou estar “muito satisfeita” e prometeu fortalecer a aliança com os Estados Unidos — uma parceria que tende a se aprofundar sob o eixo conservador formado por Tóquio e Washington.
Durante sua campanha, Takaichi propôs criar um centro de controle migratório subordinado diretamente ao gabinete, após relatar falsamente casos de turistas agredindo cervos em Nara — discurso visto como xenófobo pela oposição. A retórica anti-imigração alimenta o crescimento de partidos de extrema direita, como o Sanseito, que prega o lema “Japan First”, inspirado em Trump.
Apesar disso, o Japão enfrenta um paradoxo: precisa de imigrantes para sobreviver. Com população envelhecida e falta de mão de obra, o governo projeta atrair 820 mil trabalhadores estrangeiros até 2030. Ainda assim, relatos de discriminação e exclusão são comuns, especialmente entre brasileiros — hoje, o sétimo maior grupo estrangeiro do país.
Com informações do DCM
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