Fux atrasa prisão de Bolsonaro ao reter voto e alegar “erros gramaticais”

Portal Plantão Brasil
21/10/2025 17:09

Fux atrasa prisão de Bolsonaro ao reter voto e alegar “erros gramaticais”

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Uma manobra inusitada do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), está levantando suspeitas até entre colegas da Corte. Na última semana, Fux solicitou a devolução de seu voto no julgamento do núcleo central da trama golpista que condenou Jair Bolsonaro (PL) e sete cúmplices, alegando a necessidade de fazer “ajustes gramaticais” no texto — uma justificativa que tem sido vista como mero pretexto para atrasar a publicação do acórdão e, consequentemente, adiar a prisão do ex-presidente.

O acórdão é o documento que formaliza a sentença e abre prazo para recursos das defesas. Sem ele, o processo fica paralisado. Todos os ministros da Primeira Turma do STF já entregaram seus votos, mas Fux, o único a votar contra a condenação de Bolsonaro, retirou o seu após tê-lo apresentado no início de outubro. O gesto bloqueia o avanço do caso e impede que a Secretaria Judiciária finalize o acórdão.

De acordo com o regimento do STF, a publicação deve ocorrer em até 60 dias após o julgamento — prazo que, se descumprido, permite o uso das transcrições das sessões. Contudo, o atraso de Fux empurra indefinidamente o cronograma e retarda a execução da pena de 27 anos e 3 meses imposta a Bolsonaro, cuja prisão só pode ocorrer após o trânsito em julgado dos recursos.

Nos bastidores, magistrados e juristas apontam que o gesto soa como uma tentativa deliberada de proteger Bolsonaro, já que o ex-presidente depende desse impasse para seguir em liberdade. Fontes ouvidas pela Revista Fórum afirmam que, ainda que o prazo de devolução seja de 60 dias, a conduta é “no mínimo questionável” e “politicamente desastrosa”.

O voto de Fux, de 429 páginas, foi o mais longo do julgamento e dedicou-se majoritariamente a minimizar os atos golpistas de Bolsonaro, classificando-os como “mero inconformismo com o resultado eleitoral”. Paradoxalmente, o ministro defendeu a condenação de Mauro Cid e Braga Netto pelos mesmos crimes que isentou o ex-presidente, o que reforça o caráter contraditório de sua postura.

Nos corredores do STF, cresce o desconforto com a atitude do magistrado, que pode ter dado a Bolsonaro o que ele mais deseja: tempo. Tempo para manobrar, para politizar o processo e, principalmente, para continuar livre enquanto o país espera justiça.

Com informações da Fórum

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