22/10/2025 09:58

Conselho de Ética decide hoje sobre o pedido de cassação de Eduardo Bolsonaro

16190 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados se reúne nesta quarta-feira (22) para decidir se acata ou arquiva o pedido de cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A representação apresentada pelo PT aponta que o filho de Jair Bolsonaro cometeu ataques verbais contra instituições democráticas, especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF), além de ter tentado influenciar governos estrangeiros a aplicar sanções contra o Brasil.

A sessão está marcada para as 14h e deve definir se o processo contra o deputado segue adiante ou será enterrado antes mesmo de apurar o mérito. O relator do caso, Marcelo Freitas (União Brasil-MG), já recomendou o arquivamento da denúncia, alegando que as declarações de Eduardo estariam “protegidas pela imunidade parlamentar” e fariam parte do “exercício da crítica política”.

A tentativa de blindagem do filho de Bolsonaro revoltou parlamentares do campo democrático. Para o PT, o relator mostrou falta de imparcialidade, uma vez que tratou com condescendência condutas que atentam contra a ordem constitucional. O pedido de substituição de Freitas, porém, foi negado pelo presidente do Conselho de Ética, Fábio Schiochet (União Brasil-SC), o que reforçou suspeitas de manobra política para salvar o bolsonarista.

O caso ganhou ainda mais peso após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar denúncia contra Eduardo Bolsonaro por coação no curso de processo, acusando-o de tentar interferir em investigações que envolvem seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A denúncia mostra que o parlamentar segue usando o mandato como escudo de impunidade, em linha com a velha prática da família de atacar as instituições e depois se esconder atrás da imunidade parlamentar.

Eduardo Bolsonaro também defendeu publicamente sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, quando o governo de Donald Trump chegou a cogitar tarifas comerciais e restrições de visto contra autoridades brasileiras, entre elas o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa. O gesto foi considerado por juristas como ato de traição à soberania nacional, evidenciando a subserviência do bolsonarismo a interesses estrangeiros.

O julgamento de hoje testará se a Câmara continuará servindo de abrigo para ataques à democracia e à Justiça, ou se finalmente mostrará que a era de impunidade da família Bolsonaro chegou ao fim.

Com informações do DCM

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