Vereador bolsonarista usou R$ 478 mil do povo para bancar atos pró-Bolsonaro na Paulista

Portal Plantão Brasil
22/10/2025 10:33

Vereador bolsonarista usou R$ 478 mil do povo para bancar atos pró-Bolsonaro na Paulista

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O vereador Gilberto Nascimento Jr. (PL-SP) destinou R$ 478 mil em emendas parlamentares para custear a infraestrutura de três manifestações bolsonaristas na Avenida Paulista, em São Paulo, ao longo de 2023. O dinheiro saiu da Secretaria Municipal de Turismo e foi usado para bancar eventos de caráter claramente político-partidário, em apoio a Jair Bolsonaro (PL) e à chamada “anistia aos patriotas”.

Os atos financiados com recursos públicos ocorreram em 6 de abril, 29 de junho e 3 de agosto, com valores individuais de R$ 190 mil, R$ 142,7 mil e R$ 145,7 mil, respectivamente. Nos formulários das emendas, o vereador omitiu informações obrigatórias como CNPJ, razão social e endereço dos beneficiários, além de deixar em branco os campos de justificativa e metas, o que fere a legislação sobre transparência de gastos públicos.

Questionado, Nascimento Jr. tentou justificar-se dizendo que os recursos serviram para “infraestrutura” — como grades, banheiros químicos, ambulâncias e torres de observação — e que “São Paulo recebe grandes eventos com frequência”. Entre os itens pagos com dinheiro público estão 1.000 grades, 42 banheiros químicos, 3 ambulâncias e 1.650 kits-lanche.

A Secretaria Municipal de Turismo identificou um dos atos, o de 29 de junho, como organizado pelo “Movimento nas Ruas – AVEC”, ligado à Associação Vitória em Cristo (AVEC), do pastor Silas Malafaia, um dos líderes espirituais e políticos do bolsonarismo. Malafaia negou ter recebido valores diretamente, mas admitiu que sua associação esteve entre as organizadoras.

Especialistas em direito eleitoral e constitucional classificaram o caso como ilegal e escandaloso. Segundo o professor Fernando Neisser, da FGV, o uso de recursos públicos para eventos de um grupo político específico “é terminantemente proibido” e viola o princípio da impessoalidade. “Não se pode direcionar verba pública para um tipo de evento que beneficia um grupo político determinado”, afirmou.

Enquanto isso, a Prefeitura de São Paulo, administrada por Ricardo Nunes (MDB) — aliado de Bolsonaro —, tentou minimizar o caso, alegando que o apoio foi “para garantir a segurança dos eventos”. Mas, na prática, a cidade financiou atos políticos do bolsonarismo com dinheiro do contribuinte, em mais um episódio que escancara o uso indevido da máquina pública pela extrema-direita.

Com informações do DCM

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