664 visitas - Fonte: Plantão Brasil
Em uma ofensiva que mistura desinformação política e interesses geopolíticos, a família Bolsonaro parece estar tentando atrelar a figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao narcotráfico. As declarações recentes do senador Flávio Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro seguem a mesma linha narrativa, sugerindo, sem qualquer prova, uma suposta ligação entre o presidente e o crime organizado.
A investida do senador Flávio Bolsonaro chegou a resultar em uma ação movida pelo presidente Lula na Advocacia-Geral da União, que foi parar na Polícia Federal. Já o deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos há oito meses, foi além. Ele afirmou publicamente que o ministro Alexandre de Moraes estaria "protegendo o Lula, sabendo que o Lula tem vinculação com o tráfico de drogas e terrorismo internacional".
Alinhamento com a agenda da direita norte-americana
A fala de Eduardo Bolsonaro não é isolada. O parlamentar, que admitiu ter articulado as sanções do então presidente Donald Trump contra o próprio Brasil, vem se alinhando cada vez mais ao discurso da direita norte-americana. Esta, por sua vez, usa o rótulo de "terrorismo internacional" para justificar intervenções políticas e militares na América Latina, uma retórica que ressurge com força nas tensões com a Venezuela.
Para tentar dar um ar de credibilidade às suas acusações, Eduardo Bolsonaro resgatou antigas e infundadas alegações do ex-chefe da inteligência venezuelana, Hugo "El Pollo" Carvajal. Tais afirmações, que nunca foram comprovadas e foram arquivadas pela Justiça espanhola, são usadas para tentar associar Lula e o PT a redes internacionais de corrupção. O discurso repete a estratégia da extrema direita de vincular governos progressistas ao "narcoterrorismo".
O contexto da interferência externa
Essa narrativa se soma a uma pressão mais ampla dos Estados Unidos sobre o Brasil. Recentemente, os EUA têm pressionado o país a classificar facções criminosas como organizações terroristas. Essa categorização, que não existe na legislação brasileira, abriria uma perigosa brecha para a militarização da segurança pública e, potencialmente, para uma maior atuação de forças estrangeiras no Brasil.
A chamada "guerra ao terror", criada pelos EUA, tem sido historicamente usada como um instrumento de intervenção em países do Sul Global. Na América Latina, o objetivo desse discurso é enquadrar governos progressistas como ameaças, ampliando a influência militar e diplomática de Washington sobre a região. A família Bolsonaro, portanto, ecoa uma narrativa que serve a interesses externos e enfraquece a soberania nacional.
Assista aos vídeos:
Isso pode derrubar Lula e Moraes, por isso a Globo está fazendo questão de ignorar.
— Eduardo Bolsonaro???? (@BolsonaroSP) October 20, 2025
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