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Por trás da ascensão meteórica do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) se esconde uma extensa rede de relações com indivíduos e empresas envolvidos em atividades ilícitas. Uma investigação baseada em documentos eleitorais, judiciais e contratos privados revela que a trajetória do parlamentar é sustentada por alianças com condenados por crimes graves contra a ordem econômica e as finanças públicas.
O maior doador individual da campanha de Nikolas foi Ronosalto Pereira Neves, empresário que confessou envolvimento em esquema de repasses ilícitos ligados ao ex-senador Aécio Neves e à JBS. Ronosalto admitiu ter realizado uma "transação financeira" a pedido de Joesley Batista que gerou R$ 1,1 milhão em dinheiro vivo, retirado diretamente de sua empresa.
Postos fantasmas e a máfia dos combustíveis
As campanhas de Nikolas foram estruturadas em um endereço peculiar: um posto de gasolina desativado na Avenida Silva Lobo, 667, em Belo Horizonte. O local, que pertence à Du Pape Empreendimentos S.A., nunca funcionou de fato, servindo apenas como "QG Bolsonaro" nas eleições de 2020 e 2022.
Os proprietários desse posto fantasma, Ciro Augusto Bergomi Picarro e Augusto Joaquim Picarro, controlam uma rede empresarial condenada por formação de cartel na Operação Mão Invisível, a maior investigação contra carteis de combustíveis na história de Minas Gerais. Três postos do grupo receberam multas milionárias do CADE por manipulação de preços, enquanto os sócios foram pessoalmente responsabilizados por fraudes fiscais pelo Conselho de Contribuintes de Minas Gerais.
Campanha contra a regulação financeira
Coerentemente com suas alianças, Nikolas Ferreira promoveu intensa campanha de desinformação contra mecanismos de regulação financeira. O deputado distorceu a Instrução Normativa nº 2.219/2024, que combatia lavagem de dinheiro, alegando falsamente que haveria "fiscalização indiscriminada" do Pix. Essa atitude sabotou esforços de transparência financeira, beneficiando diretamente estruturas criminosas que dependem da opacidade.
A conduta de Nikolas gerou uma notícia-crime protocolada na Procuradoria-Geral da República pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), solicitando a investigação de possíveis crimes como favorecimento à lavagem de dinheiro e obstrução de investigações. A ação argumenta que a campanha do parlamentar beneficiou concretamente organizações criminosas ao dificultar o rastreamento financeiro.
O caso expõe a contradição perversa de um político que se apresenta como "antissistema" enquanto é sustentado por redes corporativas ilícitas especializadas em fraudar o sistema em larga escala, levantando sérias questões sobre os reais interesses por trás de seu projeto político.
Com informações: DCM
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