O deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) voltou a exibir seu desprezo pela vida humana ao publicar uma foto do presídio do Carandiru, em São Paulo — palco do massacre que deixou 111 presos executados em 1992 —, com a legenda: “Se algum dia chegarmos lá, minha ideia é essa.” A publicação ocorreu no mesmo dia em que o governo do Rio atualizou para mais de 130 o número de mortos na chacina dos complexos da Penha e do Alemão.
Em vídeo divulgado logo depois, o parlamentar exaltou a matança, chamando a operação de “a maior faxina da história do Rio” e afirmando que os mortos “não voltarão a cometer crimes”. Em discurso na Câmara, foi ainda mais cruel: “A cada sessenta que morrer, deveria ter morrido muito mais.” As declarações escancararam o ódio de Nikolas à população pobre e negra das favelas, e sua tentativa de politizar a tragédia em defesa do bolsonarismo.
As falas ocorreram enquanto moradores carregavam dezenas de corpos retirados de áreas de mata até a Praça São Lucas, na Penha, para reconhecimento. Imagens mostraram famílias desesperadas e relatos de execuções e decapitações, em um dos episódios mais brutais da história recente do Brasil.
O governo do Rio afirmou que as perícias ainda vão determinar quantas das mortes têm relação direta com a operação. Ainda assim, a postura de Nikolas causou indignação entre juristas, parlamentares e entidades de direitos humanos, que cobraram investigação por apologia ao crime e incitação à violência.
Enquanto o país se comove com o massacre, Nikolas tenta transformar a tragédia em palanque, reforçando a política de extermínio e o discurso de ódio que marcaram o bolsonarismo. O silêncio cúmplice do PL diante das declarações do deputado reforça a aliança da extrema-direita com a barbárie.
Com informações do DCM
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