30/10/2025 17:55

ONU cobra investigação imediata após massacre com 121 mortos no Rio de Janeiro

7141 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou profunda preocupação com o massacre ocorrido no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos durante a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha. Em comunicado oficial, Guterres exigiu uma investigação imediata e independente, lembrando que o uso da força pelo Estado deve sempre respeitar os direitos humanos e as normas internacionais.

A operação, realizada na última terça-feira (28), tinha como objetivo cumprir cerca de 100 mandados judiciais contra suspeitos de ligação com o crime organizado. No entanto, o saldo de 121 mortos — mais do que o dobro do número de mandados — e 81 prisões levantou críticas dentro e fora do país. Moradores relataram execuções, desaparecimentos e medo generalizado após as ações das forças de segurança.

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, também se pronunciou, pedindo uma reforma estrutural urgente das polícias brasileiras. Ele reconheceu os desafios do combate às facções, mas condenou a letalidade policial “normalizada” em estados como o Rio de Janeiro. “É hora de acabar com um sistema que perpetua o racismo, a discriminação e a injustiça”, afirmou.

Turk destacou que o Brasil precisa romper o ciclo de brutalidade e impunidade que marca sua política de segurança pública, garantindo ações baseadas nos princípios de legalidade, necessidade, proporcionalidade e não discriminação. Ele também chamou atenção para o racismo sistêmico nas práticas policiais, que têm como principais vítimas jovens negros e pobres.

De acordo com o Mecanismo Internacional de Especialistas da ONU, cerca de 5 mil pessoas negras são mortas por agentes do Estado todos os anos no Brasil — a maioria em comunidades vulneráveis. O caso do Rio reacendeu o debate sobre a violência institucional e o desprezo pela vida nas políticas de segurança defendidas por governadores bolsonaristas, que tratam chacinas como “sucesso operacional”.

Com informações do RT Brasil

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