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A Polícia Federal descobriu novos detalhes sobre o esquema de corrupção que movimentou milhões de reais em recursos públicos por meio das chamadas emendas Pix, um dos mecanismos mais obscuros criados durante o governo Bolsonaro. As mensagens obtidas na Operação Overclean revelam como prefeitos, empresários e parlamentares manipulavam contratos e licitações para desviar dinheiro público e distribuir propinas, usando códigos como “caloi”, “laplatina” e “garrotes” para disfarçar os pagamentos.
De acordo com as investigações, deputados enviavam recursos diretamente a prefeituras amigas, que simulavam licitações e contratavam empresas de fachada registradas em nome de laranjas. Em troca, parte do valor retornava em propina. O Supremo Tribunal Federal (STF), diante do escândalo, já determinou que esses repasses só poderão ocorrer mediante apresentação de projetos e fiscalização do uso do dinheiro — uma medida que o bolsonarismo sempre tentou barrar.
A sexta fase da Overclean teve como alvo o gabinete do deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA), suspeito de liberar verbas em troca de vantagens. A PF flagrou diálogos entre o assessor Marcelo Chaves Gomes e o empresário Evandro Baldino do Nascimento, que negociavam repasses e tratavam da contratação da namorada de Evandro, Patrícia Porfírio, como funcionária fantasma no gabinete, com salário de R$ 8.100 mensais. O assessor chegou a afirmar que “não há investimento melhor no mundo” do que esse arranjo.
Mensagens indicam ainda um encontro em Salvador, em 2020, entre Félix Mendonça, Evandro e o então prefeito eleito de Ibipitanga, Beto (PT). Logo depois, o deputado enviou R$ 9,1 milhões em emendas, sendo R$ 4,1 milhões via emendas Pix, para o município. A PF acredita que os recursos beneficiaram empresas ligadas a Evandro.
Outros nomes da política baiana aparecem na investigação, como os prefeitos Humberto Rodrigues (PT), Alan França (PSB) e Marcel Carvalho (PT), além dos deputados Elmar Nascimento e Dal Barreto (União-BA). O caso é conduzido pelo ministro Kassio Nunes Marques, do STF. As conversas revelam que o grupo chegou a tratar de repasses em dinheiro vivo durante o período eleitoral, com referências cifradas a “papel” e “Caloi”.
O deputado Félix Mendonça negou envolvimento, afirmando que “nunca tratou de emendas com Evandro”. A defesa do assessor alega inocência e diz que o processo corre sob segredo de Justiça. Para a PF, no entanto, as provas mostram um esquema que mistura política, propina e poder — o retrato fiel da velha prática que a extrema-direita tentou vender como “nova política”.
Com informações do DCM
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