413 visitas - Fonte: Plantão Brasil
A Polícia Federal desmantelou um poderoso esquema de produção e tráfico de armas que abastecia o Comando Vermelho e milicianos do Rio de Janeiro. Fábricas clandestinas foram descobertas em São Paulo e Minas Gerais, responsáveis por fabricar e distribuir fuzis para organizações criminosas também na Bahia e no Ceará.
De acordo com o Fantástico, da TV Globo, a fábrica localizada em Minas Gerais teria fornecido cerca de mil fuzis às facções cariocas. Já em São Paulo, a PF apreendeu 150 fuzis prontos e mais de 30 mil peças que seriam usadas para fabricar armamentos. A oficina clandestina, em Santa Bárbara d’Oeste, tinha estrutura industrial capaz de produzir até 3.500 fuzis por ano.
Segundo o delegado Samuel Escobar, o local era “uma planta industrial profissional”, equipada com máquinas de precisão avaliadas em milhões de reais. Para enganar as autoridades, a empresa operava com um CNPJ falso, registrado como fabricante de peças aeronáuticas — uma fachada legal para um negócio de guerra.
O dono da operação, o piloto de avião Gabriel Carvalho Belchior, é apontado como o principal responsável pela montagem e envio de armas. Ele fugiu para os Estados Unidos, de onde despachava fuzis desmontados escondidos em caixas de piscinas infláveis. O material partia da Flórida para o Brasil em remessas comerciais.
Em agosto, a Receita Federal interceptou uma carga com armas ocultas entre encomendas, o que levou à inclusão de Belchior na lista da Interpol. Pouco depois, a PF prendeu Rafael Xavier do Nascimento em flagrante na Via Dutra, transportando 13 fuzis para o Complexo do Alemão, no Rio. As armas seriam entregues a traficantes e milicianos ligados à extrema-direita carioca.
No Rio, o principal articulador do esquema era Silas Diniz Carvalho, preso em 2023 com 47 fuzis em um apartamento de luxo na Barra da Tijuca. Ele também mantinha uma segunda fábrica em Belo Horizonte. “Parecia uma fábrica comum, mas por dentro era um arsenal de guerra”, revelou o delegado Escobar.
As investigações indicam que o armamento era fabricado com peças de alta precisão importadas ilegalmente, transportado por rotas terrestres clandestinas e escondido em caminhões adaptados. A operação da PF expõe mais uma vez o poder do crime organizado e suas conexões com setores empresariais e internacionais — um alerta sobre como a indústria da violência ainda tenta corroer o país que o governo Lula luta para reconstruir.
Assista ao vídeo:
O #Fantástico revela, com exclusividade, novas peças do arsenal do Comando Vermelho no Complexo do Alemão. Imagens expõem o esquema das fábricas clandestinas de fuzis operadas pela facção em Minas Gerais e em São Paulo: pic.twitter.com/N4X7EgrC88
— Fantástico (@showdavida) November 3, 2025