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O relatório entregue pelo governador Cláudio Castro (PL) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou graves discrepâncias nos números da operação policial realizada em 28 de outubro nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro — uma ação que o governo tenta justificar como “combate ao crime”, mas que tem sido denunciada como massacre estatal.
Segundo o documento, 99 pessoas foram presas, número menor que as 113 detenções anunciadas inicialmente pela segurança pública. Entre os detidos, dez são menores de idade. Já o número de mortos, 121 ao todo, mantém a operação como uma das mais letais da história recente do Rio. A Defensoria Pública e a OAB-RJ afirmam não ter recebido a lista completa das vítimas e dos presos, cobrando transparência e acesso aos dados.
A Polícia Civil admitiu as divergências, alegando “duplicação de informações” por presos que também tinham mandados em aberto. Diante das inconsistências, a OAB-RJ criou o Observatório de Investigações, para fiscalizar o caso. Para Rodrigo Mondego, coordenador da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, a confusão mostra “a falta de profissionalismo e controle do governo estadual sobre as forças de segurança”.
O relatório de 26 páginas enviado ao STF informa que, entre os detidos, 29 eram de outros estados e 17 tinham mandados de prisão em aberto. O governo, porém, não esclareceu se os mortos estavam entre os alvos da ação. Mesmo assim, Castro tentou justificar o resultado com o argumento de “uso proporcional da força”, descrevendo uma suposta “guerrilha urbana” com 500 criminosos e drones lançando granadas — narrativa que especialistas consideram exagerada e conveniente para encobrir abusos.
Os números sobre apreensões também mudaram: o relatório fala em 122 armas, contra as 118 anunciadas antes, incluindo 96 fuzis, 25 pistolas e 12 explosivos. O governo ainda afirma que os traficantes possuem “até mil fuzis”, mas essa estimativa nunca foi comprovada. O discurso tenta reforçar uma imagem de confronto militar, mas as mortes em massa e a falta de transparência revelam um Estado que perdeu o controle sobre suas próprias forças e repete a lógica bolsonarista de extermínio nas favelas.
Com informações do DCM
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