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O prefeito bolsonarista de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), foi afastado do cargo por decisão judicial nesta quinta-feira (6), por 180 dias, durante a segunda fase da Operação Copia e Cola da Polícia Federal. A investigação apura um esquema de corrupção milionário na área da saúde envolvendo contratos suspeitos e empresários ligados ao prefeito. O vice, Fernando Neto (PSD), assumiu a prefeitura interinamente.
Conhecido como “prefeito tiktoker” por usar as redes sociais para autopromoção — muitas vezes com desinformação —, Manga foi afastado por medida cautelar do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, a pedido da Polícia Federal. A decisão visa impedir que o prefeito interfira nas investigações ou continue praticando irregularidades. Apesar de alegar perseguição política, o afastamento é resultado direto de fortes indícios de corrupção em sua gestão.
A operação deflagrada nesta quinta cumpriu sete mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva, além do bloqueio de R$ 6,5 milhões em bens dos investigados. Entre os presos estão o empresário Marco Silva Mott, amigo de Manga e apontado como lobista do esquema, e o pastor Josivaldo Batista de Souza, cunhado da primeira-dama Sirlange Frate Maganhato, também investigada pela PF.
A investigação apura desvios de recursos públicos por meio de uma organização social contratada pela prefeitura para gerir serviços de saúde. A primeira fase da operação, em abril, já havia identificado irregularidades em contratos que somam R$ 123 milhões. A Polícia Federal acredita que o grupo atuava de forma estruturada para fraudar licitações e lavar dinheiro com a participação de servidores e aliados políticos.
Na Câmara Municipal, o afastamento foi recebido como uma oportunidade de aprofundar as apurações. O vereador Raul Marcelo (PSOL) afirmou que agora “será possível abrir uma CPI com liberdade e transparência”, enquanto o Ministério Público de São Paulo determinou a abertura de um inquérito para investigar a omissão dos vereadores que antes bloquearam a investigação.
Rodrigo Manga, que tentava se projetar nacionalmente com discurso moralista e populista, vê agora sua imagem desmoronar diante de denúncias que expõem a velha prática bolsonarista de usar a fé e as redes sociais como escudo para o desvio de dinheiro público.
Veja o vídeo do ativista Thiago dos Reis no Instagram: