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Enquanto líderes globais encerravam suas discussões na Cúpula de Líderes da COP30 em Belém, um tornado de força devastadora atingia cidades do Paraná, deixando um rastro de seis mortos e 750 feridos. A tragédia que destruiu Rio Bonito do Iguaçu surgiu como um doloroso lembrete da urgência climática que a conferência precisa enfrentar. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil foram unânimes em apontar o fenômeno como mais uma prova incontestável da necessidade de ações concretas e investimentos massivos para lidar com os extremos climáticos que se tornaram realidade no Brasil e no mundo.
Carlos Rittl, diretor global de políticas públicas para florestas e mudanças climáticas da Wildlife Conservation Society, foi enfático ao relacionar os eventos recentes com a responsabilidade da COP30. "Tivemos o furacão que assolou a Jamaica, um tufão que passou pelas Filipinas, provocando mais de 180 mortes, e o mesmo com o Vietnã. Estamos vivendo na era de extremos", alertou Rittl, destacando que essa sucessão de tragédias impõe uma responsabilidade ainda maior ao Brasil na presidência da conferência. O especialista cobrou respostas concretas dos negociadores, lembrando que a ação global contra as mudanças climáticas continua mais lenta que o necessário.
Uma das críticas centrais que ganha força após a tragédia paranaense é a histórica negligência com o tema da adaptação climática. Enquanto a mitigação recebe a maioria dos holofotes e recursos, as cidades brasileiras seguem despreparadas para enfrentar eventos extremos cada vez mais frequentes. Everaldo Barreiros, professor de meteorologia da Universidade Federal do Pará, explicou que a COP30 em Belém tem a obrigação de discutir financiamento para que países vulneráveis possam se preparar. "É preciso colocar na mesa dos políticos que esse mapeamento já foi feito pelos cientistas. Todas as projeções apontam para a necessidade de preparar as cidades, e para fazer essa preparação é obrigatório ter recurso financeiro", afirmou Barreiros, que está em Belém para as negociações.
O diretor da Wildlife Conservation Society reforçou que uma das pautas centrais desta COP é triplicar os recursos disponíveis para apoiar países em desenvolvimento em suas ações de adaptação. No entanto, Rittl ressaltou que cada município precisa estabelecer estratégias próprias, citando como exemplos recentes as chuvas severas no Rio Grande do Sul e a seca extrema na Amazônia. A tragédia no Paraná chega como um triste alerta de que o tempo de discussões abstratas acabou - as cidades brasileiras precisam de ações concretas e recursos imediatos para proteger vidas diante da crise climática que já está batendo à porta.
Com informações da Agência Brasil
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