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A campanha que a extrema-direita movia para tentar anistiar Jair Bolsonaro — condenado por tentativa de golpe e chefiar organização criminosa — se dissolveu diante da falta total de apoio no Congresso. Nem o Centrão quer carregar esse peso. No lugar disso, passou a circular a tese de prisão domiciliar, vendida como solução “humanitária” para um político que sempre desprezou o próprio sistema de Justiça.
O argumento central dos defensores dessa manobra é o suposto quadro de saúde frágil do ex-presidente, agravado, segundo eles, desde a facada de 2018. Mas muitos dos que agora exibem preocupação quase comovente ignoraram, durante décadas, a situação desumana de milhares de presos pobres, majoritariamente negros, amontoados em cadeias sem condições mínimas — um retrato que nunca tirou o sono dos que hoje querem proteger Bolsonaro.
Com o fracasso da anistia, a defesa tenta convencer o ministro Alexandre de Moraes a deixá-lo cumprir a pena no condomínio de luxo onde vive, no Solar de Brasília. O problema é que, se esse privilégio for concedido com base em critérios de saúde, a Justiça deveria estender o mesmo benefício a incontáveis presos doentes, invisíveis e sem qualquer lobby. Não faria sentido tratar o líder de um projeto golpista com mais benevolência que o restante da população encarcerada.
Enquanto isso, o STF avalia locais adequados para início do cumprimento da pena. As opções incluem uma cela adaptada na Papuda — onde já estiveram presos do 8 de janeiro e até figuras como Paulo Maluf — e a carceragem da Polícia Federal, semelhante à que recebeu Lula em Curitiba. Cogita-se até o Comando Militar do Planalto ou o 19º Batalhão da PM do DF, a chamada “Papudinha”, hipótese que beira o deboche, considerando a tentativa de golpe articulada por Bolsonaro com militares aliados.
O debate, obviamente, não pode virar um salvo-conduto exclusivo ao ex-presidente. Se há uma oportunidade aqui, é a de reconhecer que a prisão domiciliar, quando justificada por questões humanitárias, deveria valer para todos os que não representam risco à sociedade — e não apenas para líderes políticos que tentaram destruir a democracia e agora clamam por compaixão institucional.
Ao fim, o mais provável é que Bolsonaro inicie a pena em regime fechado e, depois de algum tempo, possa migrar para a domiciliar, como prevê a lei. Não seria vingança — seria apenas o curso normal da Justiça, essencial para pacificar o país e impedir que qualquer grupo trate criminosos privilegiados como mascotes ideológicas. O que vale para ele deve valer para todos, sem exceção.
Com informações do DCM
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