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A Comissão de Valores Mobiliários tornou réus o governo do Distrito Federal e Juliana Monici, chefe de gabinete do governador Ibaneis Rocha, num processo que atinge em cheio o Banco de Brasília. Monici, indicada pelo próprio GDF, ocupa uma cadeira no conselho fiscal do BRB, o que já havia motivado uma ação popular por conflito de interesse e risco à autonomia de fiscalização.
A CVM confirmou que os dois já foram citados, embora o processo siga sob sigilo. A decisão surge no mesmo momento em que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal aprofundam as apurações sobre o escândalo envolvendo o Banco Master, que derrubou o então presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e escancarou relações perigosas entre o banco público e a instituição privada comandada por Daniel Vorcaro.
As investigações revelaram que o Master teria vendido ao BRB nada menos que R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito inexistentes, baseadas em documentos que o Banco Central agora trata como falsos. Entre janeiro e maio, o BRB repassou exatamente os R$ 12,2 bilhões que hoje estão sob bloqueio judicial, dentro de um conjunto de operações que totalizou R$ 16,7 bilhões.
A gravidade foi tamanha que o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master menos de 24 horas após o Grupo Fictor anunciar interesse na compra da instituição — operação automaticamente suspensa. O BC informou ainda que havia rejeitado a proposta do BRB para adquirir o Master e, diante das inconsistências, acionou a PF e o MPF, ampliando as suspeitas sobre irregularidades nas transações entre o banco público e o grupo de Vorcaro.
No centro desse imbróglio, a participação de representantes do governo do DF no conselho fiscal do BRB levanta questionamentos sobre decisões que permitiram operações bilionárias sem garantias e com indícios de fraude, expondo servidores e recursos públicos a riscos injustificáveis.
Em nota, o BRB afirmou ter atuado “em conformidade com normas de compliance e transparência” e disse que segue prestando informações às autoridades. A expectativa é que as próximas fases da investigação revelem quem aprovou as operações, como foram executadas e quais responsabilidades recaem sobre o governo do DF e sua representante no conselho.
Com informações do DCM
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