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O ministro Alexandre de Moraes marcou para dezembro os interrogatórios do ex-ministro Ricardo Salles e de outros 21 acusados por supostos crimes ambientais, corrupção e favorecimento à atuação predatória de madeireiras na Amazônia durante o governo Bolsonaro. As oitivas, que serão por videoconferência, fazem parte da etapa final do processo conduzido no Supremo.
Todos os acusados ocuparam cargos estratégicos no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro — cuja gestão desmontou políticas ambientais e abriu caminho para retrocessos amplamente denunciados pela sociedade civil e por órgãos de fiscalização. Entre eles estão Eduardo Bim, ex-chefe do Ibama, e Olivaldi Azevedo, ex-diretor de proteção ambiental. Os envolvidos negam as acusações feitas pelo Ministério Público Federal.
Embora parte das investigações tenha começado na Justiça Federal do Pará e de Altamira, os processos foram levados ao STF porque os suspeitos atuavam em funções do Executivo federal. Em 2023, Salles já havia virado réu e reagiu com ataques à denúncia, tentando deslegitimar a investigação da Polícia Federal.
Com a denúncia já recebida na primeira instância, Moraes decidiu aproveitar os atos processuais válidos e avançar para a fase de instrução. Essa etapa inclui a oitiva de testemunhas e dos próprios réus antes do julgamento. Segundo o MPF, o grupo atuou para reverter exigências técnicas do Ibama, reinterpretar normas de exportação de madeira e beneficiar empresas investigadas até pelos Estados Unidos por transporte ilegal de produtos florestais.
As denúncias incluem relatos de pressões internas no Ibama, reuniões com madeireiros, emissão de documentos irregulares e até indícios de vantagens indevidas para liberação de cargas. As audiências das testemunhas ocorrerão entre 1º e 5 de dezembro, e os interrogatórios de Salles, Bim e demais réus acontecerão entre 9 e 12 do mesmo mês.
Encerrada essa fase, Moraes abrirá prazo para alegações finais de acusação e defesa. Depois disso, caberá à Primeira Turma do STF decidir se os acusados serão condenados ou absolvidos pelas práticas associadas ao desmonte ambiental e ao favorecimento de madeireiras durante o governo Bolsonaro.
Com informações do DCM
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