21/11/2025 17:42

Propaganda do PL reúne líderes investigados e omite Bolsonaro às vésperas da prisão

2213 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A nova propaganda de filiação do PL, exibida na TV, reúne os principais rostos do bolsonarismo — e todos eles, sem exceção, estão hoje sob investigação da Polícia Federal ou do Ministério Público. Michelle Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, Nikolas Ferreira, Flávio Bolsonaro e Rogério Marinho surgem como estrelas da peça, apesar de responderem a diferentes tipos de acusações criminais.

O contraste é evidente: enquanto buscam convencer novos apoiadores, esses líderes políticos tentam simultaneamente enfraquecer as instituições responsáveis por investigá-los. Para críticos, a propaganda se aproxima mais de uma demonstração de força de grupo do que da imagem de um partido tradicional. “Facção política” é como alguns analistas descrevem o movimento, que opera permanentemente sob suspeitas de crimes graves.

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O único ausente é justamente o chefe maior da estrutura: Jair Bolsonaro. Condenado por tentativa de golpe e prestes a iniciar o cumprimento da pena, ele não aparece nos vídeos. Ainda assim, segue como referência simbólica — inclusive em pesquisas eleitorais para 2026, apesar de inelegível. Valdemar Costa Neto é o único que o menciona diretamente: “Bolsonaro sempre nos fortaleceu. Agora ele precisa da sua força”.

O PL, multado em R$ 23 milhões pelo TSE após tentar desacreditar urnas e sistema eleitoral, mantém o peso de ter liderado o golpe fracassado de 2022. Vários dos rostos escolhidos para a propaganda estão sob risco jurídico concreto, inclusive a possibilidade de uso de tornozeleiras eletrônicas. A decisão do partido de colocá-los como vitrines é vista internamente como uma aposta arriscada — ou ousada.

Na ala econômica da extrema direita, setores do agronegócio alinhados ao trumpismo sofrem com o recuo de Donald Trump em relação às tarifas de importação dos EUA. Produtores simpatizantes da retórica radical torciam para que Lula não conseguisse reverter as barreiras, e agora calculam prejuízos com a mudança de cenário.

No Senado, cresce a tensão em torno da indicação de Jorge Messias ao STF. Davi Alcolumbre, que tentou emplacar Rodrigo Pacheco para a vaga, viu sua influência recuar. Pacheco, avaliado como uma escolha arriscada por sua ligação orgânica com o Congresso, acabou descartado. Messias, por sua vez, representa um freio a indicações consideradas desastrosas no passado. A expectativa, entre bastidores, é de que Alcolumbre — assim como Valdemar, Ciro Nogueira e Gilberto Kassab — tenha seu próprio momento de cobrança institucional no futuro próximo.
Com informações do DCM

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