Ramagem usou laudo psiquiátrico para obter licença de 30 dias e deixar o país antes de ser preso

Portal Plantão Brasil
25/11/2025 11:31

Ramagem usou laudo psiquiátrico para obter licença de 30 dias e deixar o país antes de ser preso

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Condenado a 16 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, o deputado federal e ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem apresentou um atestado médico por “ansiedade generalizada” no dia 9 de setembro, dois dias antes de o Supremo Tribunal Federal divulgar a sentença. O documento registra atendimento psiquiátrico entre 8h e 9h da manhã, com recomendação de afastamento por 30 dias. A situação ganhou novo peso porque a Polícia Federal investiga se Ramagem deixou o Brasil de forma clandestina rumo aos Estados Unidos no mesmo período.

A Câmara dos Deputados confirmou ter recebido o atestado médico em 9 de setembro, mas disse não ter sido comunicada sobre qualquer deslocamento internacional do parlamentar. O detalhe chamou atenção dos investigadores porque a suposta viagem irregular teria ocorrido justamente enquanto ele aguardava o julgamento que confirmaria sua participação na trama golpista que tentou manter o bolsonarismo no poder à revelia da democracia.

O atestado foi anexado por sua mulher, Rebeca Teixeira Ramagem, em um processo contra a companhia aérea TAP. Segundo a ação, o casal tinha passagens compradas para Portugal, com embarque previsto entre 18 e 28 de setembro, mas a condição clínica de Ramagem teria impedido o deslocamento. O pedido de reembolso total — R$ 10.039 — porém, não foi aceito pela empresa.

A petição pede que a companhia aérea devolva o valor em dobro e ainda pague R$ 10 mil por danos morais. Rebeca alega que o cancelamento forçado da viagem gerou prejuízo financeiro e desgaste emocional. O caso segue tramitando na Justiça.

Enquanto isso, a PF realiza diligências para esclarecer se Ramagem permaneceu no país durante o período crítico anterior à sua condenação. Os investigadores apuram a possibilidade de que ele tenha deixado o Brasil sem registro formal, o que configuraria nova infração e poderia agravar ainda mais sua situação jurídica.

A apuração ocorre em paralelo à execução da decisão do STF, que considerou Ramagem um dos responsáveis pela tentativa de ruptura democrática liderada pelo núcleo bolsonarista derrotado nas urnas.
Com informações do DCM

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