26/11/2025 11:58

Ex-vereador bolsonarista é investigado por usar cestas básicas da Prefeitura de SP para promover rifas

2388 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A Controladoria Geral do Município de São Paulo abriu uma investigação para apurar a conduta do ex-vereador bolsonarista Marlon Farias Luz, o “Marlon do Uber”, atualmente empregado na Prodam com salário de R$ 28 mil, enquanto promove rifas ilegais pela internet. O foco é o suposto uso de cestas básicas do programa municipal Cidade Solidária em ações de divulgação da sua associação privada “Sorte Grande entre Amigos”.

A entidade funciona no mesmo endereço do escritório político de Marlon e realiza sorteios de carros e prêmios em Pix por meio da venda de cotas — prática tipificada como contravenção penal no país. Em vídeos nas redes sociais, o ex-vereador afirma que as cestas vêm da “arrecadação Sorte Grande entre amigos”, mas os registros oficiais revelam que a associação recebeu 546 cestas da prefeitura desde 2023.

Nas ações mostradas ao público, as embalagens das cestas aparecem com os logotipos da prefeitura propositalmente ocultados, enquanto a marca da associação é exibida de forma destacada. A estratégia permite que Marlon apresente a distribuição como parte de sua “rede de solidariedade”, omitindo que os alimentos foram financiados com dinheiro público.

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos declarou que a entidade está cadastrada desde 2023 e que não há proibição quanto à divulgação das ações. Apesar disso, a CGM investiga possível desvio de finalidade e eventual uso de bens públicos para autopromoção ou para beneficiar um empreendimento privado associado ao ex-vereador.

Marlon, conhecido pelo alinhamento radical ao bolsonarismo e por polêmicas envolvendo ataques a adversários políticos, aparece em vídeos distribuindo as cestas básicas sem mencionar a origem governamental dos alimentos. As suspeitas recaem justamente sobre a tentativa de transformar recursos públicos em material de marketing pessoal.

A prefeitura agora tenta esclarecer se houve abuso de posição pública, favorecimento indevido ou uso de bens da população para fortalecer uma associação privada que opera sorteios irregulares. O caso escancara, mais uma vez, a velha prática bolsonarista de transformar políticas sociais em instrumento de promoção política.

Com informações do DCM

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