4270 visitas - Fonte: Plantão Brasil
A costura política em Brasília deu um giro espetacular, confirmando o isolamento do bolsonarismo após a prisão de seu líder. Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente e ainda uma das figuras mais poderosas do Congresso Nacional, deu um sinal inequívoco de que está desembarcando do barco da extrema-direita e migrando para o campo do governo Lula (PT) com vistas à eleição de 2026. Lira, que até a derrota de 2022 permaneceu fielmente pendurado em Jair Bolsonaro (PL), agora articula abertamente o futuro petista, selando a traição que enfureceu a bolha radical.
O momento do "sinal" de Lira não poderia ser mais emblemático. Ele ocorreu durante a solenidade de promulgação da lei que alterou a cobrança do imposto de renda, onde o alagoano atraiu todos os holofotes devido às ausências notórias do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ambos fazendo birra e isolando o Planalto por motivos fúteis. Lira, ao contrário, assumiu o papel de articulador e pacificador.
Ao discursar sobre a possibilidade de alterar a tributação sobre lucros e dividendos, uma pauta mencionada minutos antes por Lula como essencial para uma distribuição de renda mais justa, Lira não hesitou em elogiar a agenda e projetar o futuro petista. Ele então pediu "calma" para discutir o tema, lançando o recado cifrado que redefiniu o cenário político nacional.
Com um "sorriso maroto" e sob aplausos calorosos do auditório lotado, Lira cravou: "O problema, do tamanho e do impacto, a gente teria que trabalhar, presidente Lula, num outro momento, com mais calma, talvez até no próximo mandato que Vossa Excelência possa concorrer". A declaração, além de ser um aceno, é uma clara rogação de que Lula seja reeleito em 2026.
A manifestação despertou fúria e ira total na bolha da extrema-direita bolsonarista, que prontamente taxou Lira como "traidor". O cacique alagoano, menos de uma semana após o "mito" ser encarcerado, já estava todo cheio de graça para cima do arqui-inimigo, demonstrando que o poder e o pragmatismo político sempre falarão mais alto do que qualquer lealdade ideológica a um projeto fracassado e golpista. O movimento de Lira consolida a força política de Lula e desidrata o que resta do poder de articulação do bolsonarismo no Congresso.
Assista ao vídeo:
BRASIL: Jair iniciou sua pena ontem e o Centrão, hoje, já faz campanha para um governo Lula 4.
— Renan Brites Peixoto (@RenanPeixoto_) November 26, 2025
Jair encontrou o porão da História.
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