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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elevou o tom e expôs a gravíssima sofisticação do crime organizado no Brasil, revelando que a sonegação fiscal em setores como o de combustíveis virou a principal fonte de lucro das facções, superando o tráfico de drogas. A declaração foi feita ao comentar a megaoperação desta quinta-feira (27) contra o Grupo Refit, liderado por Ricardo Magro, o maior devedor de impostos do país.
Haddad destacou que os "especialistas em segurança pública estão dizendo há algum tempo que a droga deixou de ser o único e mais importante bem que gera recursos para o crime organizado. E apontam especificamente a área de combustível", afirmando que o problema está no "andar de cima que irriga com bilhões as atividades criminosas". A operação detectou que o Grupo Refit, que movimentou mais de R$ 70 bilhões no último ano, pertence a pessoas que "devem uma fortuna para os fiscos de todo o país".
Esquema nos EUA e Contrabando de Armas
O ministro utilizou o escândalo da Refit para enviar um recado direto ao governo dos Estados Unidos. As investigações flagraram um braço do grupo em paraísos fiscais americanos, como Delaware, onde usam o local para evasão de divisas e lavagem de R$ 1 bilhão em imóveis, utilizando pelo menos 15 offshores e fundos.
Haddad detalhou que o esquema envolvia a criação de fundos no exterior que faziam empréstimos ao Brasil, "que a Receita suspeita que jamais serão pagos," e o dinheiro retornava em atividades econômicas ilícitas — uma "operação de triangulação internacional gravíssima".
O mais alarmante, segundo o ministro, é a ligação direta entre essa lavagem de dinheiro e a segurança pública: "Armas estão chegando no Brasil de contêineres de lá, vêm peças de reposição ou o próprio armamento, ilegalmente". A declaração é um tiro no discurso de Donald Trump, que vem bombardeando barcos no Caribe sob a justificativa de impedir a entrada de drogas nos EUA. Haddad informou que o tema será pautado com Trump, exigindo que, para inibir o tráfico de drogas nos EUA, o governo americano precisa primeiro impedir que o armamento pesado chegue ao Brasil.
Diante das descobertas, a Polícia Federal (PF) deve iniciar uma frente específica de recuperação de ativos no exterior, e a PF, acionando a Interpol se necessário, buscará a criminalização de pessoas não residentes envolvidas nos esquemas.
Haddad Pressiona Congresso
Haddad não perdeu a oportunidade de pressionar o Congresso Nacional, expondo a inércia dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que têm protelado pautas essenciais em "birra" contra o governo Lula.
O ministro insistiu na "atividade imperiosa de votar o projeto do devedor contumaz", uma legislação que está parada e que seria a ferramenta legal para desmantelar esquemas como o da Refit. "É por isso que nós sempre insistimos na atividade imperiosa de votar o projeto do devedor contumaz. Estamos há três anos militando junto ao congresso nacional", cobrou Haddad, reforçando que a aprovação desse projeto é crucial para impedir que o crime organizado utilize a sonegação como principal fonte de lucro e para recuperar os R$ 8 bilhões em fundos bloqueados nesta operação.
Com informações Ministério da Fazenda
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