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Caso saia favorável à presidente Dilma, pesquisa sobre sucessão presidencial deve ser divulgada no meio da tarde da sexta-feira, quando há menor interesse por notícias, noticia Eduardo Guimarães do Blog da Cidadania; "Se Dilma tiver perdido pouco e/ou seus adversários tiverem ganhado pouco, a divulgação ocorrerá no sábado, um dia de maior repercussão", diz ele; blogueiro avalia que "a pesquisa, por si só, constitui uma peça de propaganda eleitoral negativa contra Dilma Rousseff"
Pesquisa do instituto Sensus sobre a sucessão presidencial divulgada pela revista IstoÉ na madrugada de sábado passado chegou vencida; foi realizada oito dias antes da divulgação e já chegou sob fortes questionamentos, alguns dos quais insuspeitos, como o de um colunista do jornal O Estado de São Paulo, José Roberto de Toledo, que apontou vícios na sondagem.
Apesar da ampla divulgação que essa crítica recebeu, é importante que seja reproduzida no âmbito destas considerações. Abaixo, pois, trechos do "blog" de José Roberto de Toledo no portal de O Estado de São Paulo.
Aécio aparece primeiro na cartela do Sensus
A pesquisa Sensus a ser divulgada neste sábado vai dar o que falar. Se não pelos seus números, ao menos pelos seus métodos. O instituto, que vinha trabalhando para o PSDB até pouco tempo atrás, foi criativo ao apresentar as perguntas aos eleitores.
Em vez de mostrar ao eleitor um cartão circular com os nomes dos candidatos – para não privilegiar nenhum deles -, o instituto mineiro apresentou uma lista em ordem alfabética. Desse modo, o nome de Aécio Neves (PSDB) aparece sempre em primeiro lugar.
Além de contrariar a prática do mercado (institutos como Ibope e Datafolha apresentam a cartela circular), o Sensus mudou sua própria maneira de fazer a pergunta de intenção de voto. Em eleições passadas, como em 2010, o instituto sempre usou a cartela circular, e não a lista em ordem alfabética.
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Outro fato chama a atenção nesta sondagem do Sensus: o registro da pesquisa no TSE ocorreu bem depois de as entrevistas terem terminado. A pesquisa de campo foi feita entre os dias 22 e 24 de abril, mas só foi registrada no dia 28. Ou seja, ao registrá-la é provável que o instituto já soubesse o resultado – o que pode ou não ter influenciado na decisão divulgá-la.
Como no caso da MDA/CNT, a pesquisa do Sensus foi feita logo após a propaganda eleitoral do PSDB no rádio e na TV. E terminou muito antes do pronunciamento de Dilma na véspera do 1º de Maio. Mas como demorou tanto a ser divulgada, vai ficar parecendo que a sondagem do Sensus é mais recente do que de fato é.
A pesquisa foi paga pelo próprio Sensus, segundo o registro no TSE. Mas será divulgada com exclusividade pela revista IstoÉ. Segundo o site da publicação, a parceria envolverá a divulgação de sete sondagens sobre a eleição presidencial este ano.
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O questionamento acima comprova que business are business. E só.
O instituto Sensus envolveu-se em outra polêmica, em 2010. Só que, naquela oportunidade, o instituto de pesquisas mineiro atuava em sentido contrário, sendo então considerado tendente a "ajudar" Dilma Rousseff contra José Serra, apesar de sua relação histórica com o PSDB mineiro ou, melhor dizendo, com Aécio Neves, então injuriado com o colega paulista por ter lhe tomado a candidatura a presidente pelo partido de ambos.
À época, matéria da Folha de São Paulo, abaixo reproduzida, questionava o Sensus por sua metodologia, que acabara de detectar empate entre Dilma Rousseff e José Serra. Abaixo, a acusação da Folha ao Sensus em 2010.
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