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Em evento lotado e que desrespeitou as regras sanitárias da quarentena para evitar a transmissão do coronavírus, que ainda segue em vigor no estado de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro diz que teve uma "gestão ímpar" da pandemia de covid-19.
"Desde o começo assumi posição ímpar, não só dentro do Brasil, mas como chefe de Estado no mundo todo. Não vi um chefe de Estado tomar uma decisão como a minha", disse o presidente, que participou hoje da cerimônia de apresentação do projeto de uma ponte em Eldorado, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo.
Mais cedo pela manhã, o presidente já havia passado pela cidade de Pariquera-Açu, também no Vale do Ribeira, onde participou do anúncio da construção de outra ponte, esta com valor estimado em R$ 15 milhões.
Como exemplos dessa gestão citada por Bolsonaro, o presidente disse que estudou o uso da hidroxicloroquina no tratamento da doença causada pelo coronavírus.
"Não sou médico, sou capitão do Exército, mas estudei", afirmou.
Segundo o presidente, outro trunfo de sua gestão foi dar importância igual à economia e à questão sanitária. "Sempre disse também que tínhamos dois problemas: o vírus e o desemprego", afirmou.
A prova dessa dupla prioridade teria sido, segundo o presidente, "o auxílio emergencial, que foi feito para durar três meses, prorrogamos por mais dois e fizemos uma proposta para o Congresso para que ele fique até o fim do ano com valor menor: R$ 300", disse.
O Brasil está com um ministro da Saúde interino há mais de três meses, o general Eduardo Pazuello, que não é médico. Ele é o terceiro a ocupar o cargo desde o início da pandemia.
Estudos científicos internacionais e brasileiros apontam que a cloroquina e a hidroxicloroquina não ajudam a recuperar pacientes de covid-19 e tampouco curam a doença.
O auxílio emergencial proposto originalmente pelo governo ao Congresso era de R$ 200. No Congresso, o valor foi ampliado para R$ 600.
Esta é a segunda vez que Bolsonaro vem ao Vale do Ribeira, como presidente, mas esta é a primeira vez numa agenda oficial. Da outra vez, ele veio apenas visitar a mãe, dona Olinda, que vive em Eldorado.
Na cidade, Bolsonaro veio anunciar a construção de uma nova ponte sobre o rio Ribeira de Iguape, antiga vontade da cidade, que deve levar 3 anos para ser construída.
Depois do anúncio, Bolsonaro foi almoçar numa fazenda com produtores rurais da região, em local não informado. À tarde, visitará a mãe e passará a noite na casa dela.
Amanhã (4), o presidente terá agenda em Registro, onde visitará uma unidade do Sesi-Senai. O Sesi e o Senai são presididos em São Paulo por Paulo Skaf, presidente da FIESP, apoiador do presidente e que pretende lançar-se, com o apoio de Bolsonaro, ao governo do Estado em 2022.
Diferentemente de Pariquera-Açu havia em Eldorado mensagens alusivas à presença do presidente na cidade, a maioria se orgulhando da presença do "filho da terra" na região. Bolsonaro viveu parte da infância e da adolescência no Vale do Ribeira. Em discurso, pela manhã, disse deixou Eldorado, aos 16 anos, para iniciar sua formação militar. Nascido em 1955, Bolsonaro formou-se em 1977 na Academia Militar das Agulhas Negras, no RJ, estado onde iniciou sua carreira política.
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