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Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, se encontrará nesta terça-feira (13) com o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) em uma audiência na Câmara dos Deputados. Lindbergh denunciou Campos Neto à Comissão de Ética da Presidência da República por supostamente usar seu cargo para lucrar com a taxa Selic. Campos Neto comparecerá para explicar a política monetária aos membros das comissões de Desenvolvimento Econômico e de Finanças e Tributação. A presença dele atende a pedidos dos deputados Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) e Mário Negromonte Jr. (PP-BA), e ele será questionado sobre a decisão do Copom em julho, que manteve a taxa de juros em 10,5% ao ano.
A audiência ocorre logo após a revogação de uma liminar que impedia a investigação da Comissão de Ética sobre Campos Neto, que é acusado de manter contas em paraísos fiscais e de ter possíveis conflitos de interesse na condução da política de juros. As investigações, iniciadas após as revelações dos Pandora Papers, apontam que Campos Neto teria uma offshore nas Ilhas Virgens desde 2004, com US$ 1 milhão, e que ele poderia lucrar com a alta da Selic através de suas empresas.
Lindbergh Farias apresentou outra denúncia contra Campos Neto, acusando-o de possuir empresas que lucram com a Selic. Ele questiona como o presidente do BC pode ter interesses financeiros que se beneficiem diretamente das decisões sobre a taxa de juros. A Advocacia-Geral da União defendeu que a Comissão de Ética tem o direito de investigar possíveis conflitos de interesse, e agora as investigações serão retomadas.
Essas denúncias levantam preocupações sobre a integridade da atuação de Campos Neto no Banco Central. Caso as suspeitas sejam confirmadas, ele poderá perder o cargo e enfrentar ações criminais. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou nas redes sociais a situação, destacando a gravidade das acusações e questionando a autonomia do Banco Central.
Com informações da Fórum
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