Com verba 68% maior, Bolsonaro amplia gastos e inteligência vira prioridade do governo

Portal Plantão Brasil
9/8/2020 15:01

Com verba 68% maior, Bolsonaro amplia gastos e inteligência vira prioridade do governo

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522 visitas - Fonte: O Globo

Na reunião ministerial de 22 de abril que precedeu a queda do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, o presidente Jair Bolsonaro deixou claro que estava insatisfeito com o sistema oficial de inteligência do Planalto. O incremento orçamentário das áreas responsáveis por esses serviço, recentes movimentos de reorganização de estruturas e ações como as de monitoramento de integrantes de movimentos antifascistas revelam a prioridade dada pelo governo ao tema desde a posse.











Em pouco mais de um ano e meio da administração Bolsonaro, a Presidência da República gastou R$ 161 milhões com ações de inteligência e a segurança institucional do presidente, do vice Hamilton Mourão e de seus familiares. Os pagamentos efetuados em 2019 pela Presidência via Gabinete de Segurança Institucional (GSI) são 68% maiores do que a média anual do que foi gasto nos três anos anteriores à chegada de Bolsonaro ao poder. O órgão, comandado pelo ministro Augusto Heleno, abriga a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que acaba de passar por uma mudança que aumentou o escopo da sua ação.





Em 31 de julho, Bolsonaro criou dentro da Abin uma unidade chamada Centro de Inteligência Nacional. Além de abrigar novos cargos, a nova estrutura terá as seguintes funções: executar atividades de inteligência destinadas “ao enfrentamento de ameaças à segurança e à estabilidade do Estado e da sociedade” e assessorar “os órgãos competentes no que se refere a atividades e políticas de segurança pública e à identificação de ameaças decorrentes de atividades criminosas”.











Foi justamente esse trecho do decreto que chamou a atenção da oposição ao governo Bolsonaro na Câmara. O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) propôs um decreto legislativo para tentar derrubar a medida de Bolsonaro que alterou a estrutura da Abin e pediu a convocação do ministro do GSI para explicar as mudanças.





— Na fatídica reunião ministerial, Bolsonaro já havia deixado evidente sua obsessão em ter um sistema de informações para chamar de seu. É isso que ilegalmente está fazendo por decreto, permitindo até que pessoas não concursadas sejam treinadas pela Abin — diz o deputado.





A desconfiança de parlamentares com relação aos atos do governo na área de inteligência aumentou desde a divulgação de que a Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do Ministério da Justiça produziu um relatório para monitorar servidores da área de segurança e professores antifascistas. O tema vem sendo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e já provocou, na semana passada, a demissão de Gilson Libório, responsável pela Seopi.











Ao GLOBO, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) nega a criação de uma “nova Abin” e qualquer perseguição a opositores. O filho do presidente defende o trabalho do delegado Alexandre Ramagem, diretor-geral da agência, que foi impedido por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de assumir o comando da Polícia Federal após a acusação feita por Moro de interferência.





— Isso (“nova Abin”) é mais uma invenção, assim como o gabinete do ódio. Também não tenho conhecimento de qualquer relatório do Ministério da Justiça contra opositores. Relatório para apurar ameaças ao presidente e sua família é uma coisa, investigação e força paralela é outra. Mas não acredito que isso tenha acontecido.



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