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O jornal The New York Times, em reportagem de Jack Nicas, analisa as tentativas de golpe nos EUA e no Brasil, destacando as reações distintas e as lições que os Estados Unidos podem aprender com o Brasil. A comparação entre os ataques à democracia nos dois países, ambos instigados por presidentes questionando suas derrotas eleitorais, revela como cada nação lidou com esses episódios críticos.
Enquanto Donald Trump, nos Estados Unidos, continua a ganhar apoio e considera uma nova candidatura à presidência, Jair Bolsonaro, no Brasil, enfrenta um declínio político acelerado. Impedido de concorrer até 2030 e distanciado de antigos aliados de direita, Bolsonaro exemplifica a rejeição de ideias antidemocráticas pelo establishment político brasileiro. O ex-ministro Ciro Nogueira, por exemplo, condena os atos de 8 de Janeiro e a possibilidade de retorno à ditadura militar, refletindo o repúdio das lideranças à tentativa de golpe.
Steven Levitsky, renomado professor de Harvard, aponta que líderes de direita no Brasil aceitaram claramente os resultados das eleições, comportando-se como verdadeiros democratas. Isso contrasta fortemente com a resposta do Partido Republicano nos EUA, onde muitos continuam a negar os resultados eleitorais.
A reportagem do NYT também realça a fragmentação partidária brasileira, que promove um debate de ideias mais amplo, e a concentração midiática, que favoreceu a verdade oficial sobre os atos golpistas, em contraste com as falsidades propagadas pelos bolsonaristas nas redes sociais. A influência da TV Globo, por exemplo, é destacada como um fator crucial na formação da opinião pública.
O Supremo Tribunal Federal do Brasil é elogiado por sua atuação na investigação e processamento de ameaças à democracia. O ministro Alexandre de Moraes, em particular, é exaltado por sua resposta eficaz às fake news e desinformação online, demonstrando um compromisso firme com a preservação da democracia.
Por fim, a reportagem compara a abordagem brasileira à "democracia militante" da Alemanha pós-Segunda Guerra, ressaltando a proibição de candidaturas de políticos considerados ameaça à democracia. Em contraste, nos EUA, Trump intensifica suas falsidades, enquanto Bolsonaro reduz suas alegações de fraude eleitoral diante do declínio do apoio político e investigações criminais.
Com informações da Revista Fórum
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