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O ex-ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Bruno Bianco, confirmou ao Supremo Tribunal Federal que Jair Bolsonaro tentou encontrar brechas jurídicas para questionar o resultado das eleições de 2022. A revelação foi feita durante audiência no processo que investiga a tentativa de golpe bolsonarista, da qual Anderson Torres é réu.
Bianco, que testemunhou em defesa de Torres, relatou uma reunião com Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas após o segundo turno. Na ocasião, o ex-presidente perguntou se havia alguma irregularidade jurídica no pleito. A resposta de Bianco foi clara: não havia nada a ser questionado e o processo eleitoral foi transparente e legal.
Mesmo assim, Bolsonaro insistiu, demonstrando que sua intenção era buscar qualquer justificativa, por mais infundada que fosse, para desacreditar a eleição. Bianco reforçou que não existia nenhum problema jurídico, lembrando ainda que uma comissão havia acompanhado todo o processo.
O ex-ministro também relatou uma conversa informal no Palácio do Planalto, em que Bolsonaro voltou a questioná-lo rapidamente, numa abordagem que Bianco achou que trataria da transição de governo, mas que novamente se revelou uma tentativa de encontrar argumentos para desacreditar o resultado eleitoral.
A audiência no STF também previa depoimentos de outros nomes da gestão bolsonarista, como Paulo Guedes e Wagner Rosário, mas parte deles não compareceu e a defesa de Torres acabou desistindo de ouvir os demais. A ausência dos aliados reforça a estratégia de blindagem de um grupo que, segundo a Procuradoria-Geral da República, compôs o “núcleo duro” do plano golpista.
Anderson Torres integra o grupo central do golpe, ao lado de nomes como Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Augusto Heleno, Braga Netto, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e o próprio Jair Bolsonaro. A delação de Bianco fortalece ainda mais as provas contra essa organização criminosa que tentou enterrar a democracia brasileira.
Com informações do DCM
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