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O prestígio global dos Estados Unidos desmoronou em 2025, enquanto a China assumiu a dianteira na percepção positiva internacional. Segundo o Democracy Perception Index (DPI), maior pesquisa global sobre democracia, pela primeira vez desde o início da série histórica, mais países enxergam a China de forma favorável do que os EUA. A avaliação líquida dos Estados Unidos caiu de +22% em 2024 para -5% este ano. Já a China atingiu +14%, consolidando uma virada simbólica no cenário global.
O estudo ouviu mais de 110 mil pessoas em 100 países, representando mais de 90% da população mundial. A queda na imagem dos EUA está ligada à percepção de unilateralismo, intervencionismo e interesses próprios na política externa. Soma-se a isso a instabilidade política interna, marcada por polarização e ataques às instituições, que corroem a legitimidade da democracia estadunidense diante do mundo.
Outro fator decisivo para o declínio dos EUA é o contraste com a estratégia chinesa, especialmente no Sul Global. Enquanto os Estados Unidos impõem condições políticas e sanções, a China oferece parcerias econômicas e investimentos em infraestrutura sem exigir alinhamentos ideológicos. Muitos países, inclusive democracias, passaram a enxergar Pequim como um parceiro pragmático e previsível.
O relatório evidencia que a postura beligerante adotada pelos EUA nos últimos anos — intensificada sob a liderança de Donald Trump — tem afastado aliados e aprofundado o ceticismo global. Mesmo instituições ocidentais, como a fundação que organiza o DPI, reconhecem que os Estados Unidos já não são vistos como os “guardas” naturais da democracia global.
É especialmente simbólico que o levantamento, produzido por uma entidade abertamente ligada ao Ocidente liberal, tenha registrado a ascensão da China. O dado escancara uma reconfiguração da ordem internacional, em que o modelo norte-americano perde força e a diplomacia econômica chinesa se impõe com resultados concretos e menos retórica.
A virada captada pelo DPI 2025 é um sinal claro: a hegemonia dos EUA está em xeque, e a construção de um mundo multipolar já não é apenas uma aspiração dos países do Sul Global, mas uma realidade medida por quem sempre apostou no domínio ocidental.
Com informações da Fórum
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