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Em mais um episódio revelador da decadência moral bolsonarista, Jair Bolsonaro confirmou em depoimento à Polícia Federal, nesta quarta-feira (5), que se reuniu com Ricardo Pita, conselheiro sênior do Departamento de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental. No entanto, se recusou a detalhar o conteúdo da conversa, alegando ser de “teor reservado” — justamente no momento em que se investiga uma possível trama internacional contra autoridades brasileiras.
A oitiva faz parte da investigação que apura a atuação criminosa de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. O deputado bolsonarista é suspeito de tentar coagir ministros do STF e integrantes da PGR, além de obstruir o andamento das investigações sobre o golpe fracassado de 2023. Mesmo assim, Jair Bolsonaro tentou se desvincular do filho, dizendo que suas ações são "independentes" e negando envolvimento.
Bolsonaro ainda afirmou que não pediu sanções contra autoridades brasileiras e que os Estados Unidos não seriam influenciados por pressões externas. Tentando parecer moderado, o ex-presidente disse manter boas relações com o governo norte-americano, apesar das evidências de articulações paralelas no exterior.
Em resposta a perguntas sobre o financiamento da estadia de Eduardo nos EUA, Bolsonaro admitiu ter transferido R$ 2 milhões via PIX para o filho no dia 13 de maio. O valor seria parte de uma “vaquinha virtual” de R$ 17 milhões, levantada em 2023, supostamente para cobrir despesas jurídicas, mas que agora banca a fuga de investigados.
Ainda segundo o depoimento, Bolsonaro mencionou ter conversado com o ex-ministro Gilson Machado sobre os custos da permanência do filho no exterior. Machado teria organizado outra campanha de arrecadação — sem o conhecimento de Bolsonaro — que teria levantado cerca de R$ 1 milhão para Eduardo.
O ex-presidente também revelou que ele e Michelle Bolsonaro são pagos pelo PL, partido que sustenta politicamente o bolsonarismo. Ao fim, declarou que deseja o retorno do filho ao Brasil, mas justificou a permanência de Eduardo nos EUA pela “insegurança jurídica” causada por um pedido de apreensão de passaporte feito por parlamentares petistas.
Veja:
Bolsonaro confessou ter enviado R$ 2 milhões via Pix para bancar Eduardo Bolsonaro nos EUA. O valor pode ter financiado os atos criminosos do filho no exterior para sabotar instituições brasileiras. Enviar recursos para obstruir e coagir a justiça é uma infração gravíssima. pic.twitter.com/5ORkAo6rpw
— Adriana Almeida (@adrianalmeidapt) June 5, 2025