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O Supremo Tribunal Federal inicia nesta segunda-feira (9) os interrogatórios dos réus acusados de envolvimento na tentativa de golpe bolsonarista de 2022, com destaque para o depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Cid é considerado peça-chave nas investigações, mas sua credibilidade tem sido constantemente atacada pelos advogados dos demais acusados, que tentam anular sua delação premiada — homologada pelo ministro Alexandre de Moraes — e protegê-los, inclusive Bolsonaro e o general Braga Netto.
A delação de Cid está no centro das denúncias da Procuradoria-Geral da República, mas áudios vazados e declarações contraditórias ao longo das investigações abriram espaço para que as defesas questionem sua validade. Uma das principais alegações dos advogados é que ele teria sido coagido pela Polícia Federal, além de ter citado Braga Netto em suposta reunião golpista para promover caos social. As defesas agora miram em desqualificar o delator, a fim de fragilizar o processo.
A agenda dos interrogatórios vai até sexta-feira (13) e inclui nomes como Anderson Torres, Augusto Heleno e o próprio Jair Bolsonaro, que será ouvido após seu ex-ajudante. A exceção será Braga Netto, atualmente preso em unidade militar no Rio de Janeiro, que será ouvido por videoconferência. Nos bastidores, o ex-presidente monitora cada passo das oitivas, reunido com aliados no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, onde conta com o apoio do governador Tarcísio de Freitas.
A defesa de Mauro Cid tenta sustentar a legalidade de sua delação após sucessivas crises. O militar, preso por fraudes nos cartões de vacinação, foi solto ao firmar o acordo, mas voltou a ser detido em março de 2024 por causa de áudios em que criticava Moraes e a PF. Na ocasião, chegou a desmaiar durante uma audiência. Moraes, no entanto, decidiu manter o acordo, tratando os áudios como "mero desabafo", reafirmando a validade jurídica do processo.
Em novembro, a delação foi novamente ameaçada após contradições apontadas pela Polícia Federal. Mesmo assim, Cid foi mantido como colaborador, sobretudo por ter implicado diretamente o general Braga Netto, atualmente considerado um dos principais articuladores do núcleo golpista. Agora, aliados de Bolsonaro apostam na desestabilização de Cid como estratégia para livrar seus cúmplices e salvar o ex-presidente de uma condenação iminente.
A expectativa para os próximos depoimentos é alta, e o STF poderá consolidar ainda mais as provas contra os responsáveis por um dos episódios mais graves da história democrática brasileira. O interrogatório de Cid deve definir o rumo de um processo que já abalou profundamente o bolsonarismo e promete trazer novas revelações sobre a tentativa de ruptura institucional que marcou o fim do governo anterior.
Com informações do Brasil 247
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