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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, iniciou nesta segunda-feira (9) seu aguardado depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado promovida pelo bolsonarismo entre 2022 e 2023. Cid é o primeiro dos réus a depor por ter fechado acordo de colaboração com a Justiça.
A oitiva ocorre em meio a grande expectativa, já que o militar foi peça-chave na engrenagem golpista articulada por Bolsonaro. Sua delação premiada, homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, já revelou detalhes de reuniões clandestinas, propostas de decretação de estado de sítio e o uso da máquina pública para sabotar o processo eleitoral.
O ex-ajudante de ordens confirmou que Bolsonaro teve acesso à minuta golpista e a editou pessoalmente, retirando algumas ordens de prisão de autoridades e mantendo apenas a de Moraes. Cid também relatou que os encontros com o então presidente eram frequentes e sempre voltados à preparação de medidas antidemocráticas.
Durante o depoimento, Cid reafirmou que todas as informações prestadas à Polícia Federal e agora ao STF foram fornecidas de forma voluntária. O militar disse não ter sofrido qualquer tipo de pressão e que seu objetivo foi colaborar com a verdade e a Justiça.
O julgamento dessa etapa da investigação inclui também figuras centrais do núcleo bolsonarista, como os generais Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, além do próprio Jair Bolsonaro. As delações de Cid têm potencial para aprofundar ainda mais a responsabilização dos envolvidos na tentativa de ruptura institucional.
O STF segue conduzindo os depoimentos dos demais acusados ao longo da semana, e o país observa com atenção a revelação de detalhes sobre a mais grave ameaça à democracia brasileira desde a redemocratização.
Assista ao vídeo:
Com informações de Carta Capital
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