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A decisão do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) de levar ao plenário da Câmara a ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) que determina a perda de mandato da bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) tem causado forte repercussão entre lideranças políticas. O gesto é interpretado como uma manobra política que pode acirrar ainda mais os ânimos entre Legislativo e Judiciário.
Parlamentares do Centrão e do PT avaliam que a votação poderá ser usada para confrontar o STF, numa espécie de retaliação velada. O estopim mais recente da tensão foi o pedido do ministro Flávio Dino por esclarecimentos sobre a destinação de verbas do Ministério da Saúde, em especial os recursos discricionários, indicando que o Supremo seguirá de olho nas práticas parlamentares.
Nos bastidores, cresce a possibilidade de a Câmara votar pela manutenção do mandato de Zambelli, num gesto que representaria não uma defesa da parlamentar — já condenada por crime grave —, mas sim uma resposta institucional às pressões da Suprema Corte.
Caso os deputados decidam manter a aliada de Bolsonaro no cargo, especialistas avaliam que o STF pode simplesmente ignorar a decisão da Câmara e executar a perda do mandato, como já fez em casos anteriores. Isso abriria mais uma crise entre os poderes, em meio à escalada golpista de setores da extrema-direita.
Para o governo Lula, a jogada de Motta é política, buscando equilibrar os interesses entre o STF e os radicais bolsonaristas. Já líderes do Centrão tentam se proteger, escudando-se na Constituição para justificar a defesa de uma condenada que fugiu do país e já está com pedido de extradição em curso.
A postura da Câmara será decisiva para medir até onde vai a leniência do Legislativo com uma parlamentar que atentou contra a democracia e agora é usada como moeda de troca no embate entre Judiciário e o bolsonarismo.
Com informações do DCM
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