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O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) entregou pessoalmente uma carta escrita à mão ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo desculpas pelas ofensas proferidas contra ele em 2020, durante transmissões ao vivo. Na época, Otoni chamou Moraes de “canalha”, “lixo”, “esgoto” e “déspota”.
O encontro, que durou cerca de 15 minutos em Brasília, foi descrito pelo deputado como respeitoso. Segundo Otoni, o gesto representa um reconhecimento de que errou ao agir de forma emocional e incompatível com seus princípios como pastor da Assembleia de Deus há mais de 30 anos.
O deputado responde a um processo no STF por injúria, difamação e coação no curso do processo. A denúncia foi feita pela Procuradoria-Geral da República em 2020 e aceita pela Corte em 2023. Moraes, alvo direto dos ataques, se declarou impedido e não participa do julgamento. O caso ainda não tem data para ser decidido, mas pode levar à perda do mandato do parlamentar.
Na carta, Otoni explica que suas declarações ocorreram após saber pela imprensa que seus sigilos bancário e fiscal haviam sido quebrados por decisão judicial. Ele admite que se sentiu exposto e reagiu de maneira descontrolada. Reconhece também que seu comportamento foi reprovado pela sua denominação religiosa e que o vocabulário utilizado foi inaceitável.
Durante a conversa, o parlamentar manifestou desejo de firmar um acordo de não persecução penal para evitar uma possível condenação. Segundo ele, Moraes foi receptivo e destacou que críticas institucionais são legítimas, desde que não ultrapassem os limites do respeito pessoal.
“Tenho consciência de que o julgamento pode resultar na perda do meu mandato e no fim da minha carreira política. Mas suplico a Vossa Excelência que me ajude a não viver essa vergonha diante dos meus filhos e da Igreja”, escreveu o deputado.
O gesto de Otoni também sinaliza seu distanciamento do bolsonarismo. Recentemente, ele perdeu a eleição para a presidência da Frente Parlamentar Evangélica para Gilberto Nascimento (PSD-SP), candidato apoiado por Jair Bolsonaro. Sua aproximação com o governo Lula e sua presença em eventos no Palácio do Planalto causaram desconforto entre lideranças conservadoras, como o pastor Silas Malafaia.
Com informações do Brasil247
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