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O ex-ministro Ricardo Berzoini denunciou nesta sexta-feira (27), durante o Fórum Onze e Meia, o aprofundamento das práticas corruptas em torno das emendas parlamentares e criticou duramente o Congresso Nacional, que segundo ele virou um “grande balcão de negócios” com gabinetes operando orçamentos de até R$ 80 milhões por ano. Berzoini alertou que há indícios de “cashback” de até 40% nas emendas, especialmente nas que financiam shows superfaturados com dinheiro público.
Para o ex-ministro, o esquema de barganha envolvendo emendas ganhou força após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e foi consolidado no governo Bolsonaro, quando figuras como Ciro Nogueira e Flávia Arruda passaram a comandar o chamado orçamento secreto. Berzoini não apenas responsabilizou Nogueira por parte desse sistema, como o desafiou publicamente a processá-lo: “Espero que me processe, porque aí eu vou, no processo, pedir quebra de sigilo para provar tudo que estou dizendo”.
Ao comentar a audiência pública convocada pelo ministro Flávio Dino, do STF, para discutir a execução obrigatória das emendas, Berzoini lamentou o boicote dos presidentes da Câmara e do Senado. Hugo Motta e Davi Alcolumbre, convidados formais, simplesmente desistiram de participar do debate e enviaram advogados em seus lugares, numa clara tentativa de evitar o confronto sobre um tema que expõe as vísceras do Congresso.
Berzoini defendeu o fim das emendas impositivas e sugeriu que a CUT e os movimentos sociais pressionem por isso. Para ele, o mecanismo distorce completamente a relação entre Executivo e Legislativo, mesmo em regimes parlamentaristas. “Hoje o Congresso virou uma holding de 594 gabinetes gerenciando dinheiro público. Isso não é política, é negociata institucionalizada”, afirmou.
O ex-ministro também criticou o retorno de Eduardo Cunha ao cenário político, agora por meio do mandato da própria filha. Segundo ele, Cunha continua operando diretamente e tem influência em diversas estratégias bolsonaristas no Congresso. Berzoini relembrou ainda que Cunha foi sustentado por empresários ligados à indústria da carne no impeachment de Dilma e que o "andar da tesouraria" do Hotel Brasília virou símbolo da compra de votos no golpe de 2016.
Para Berzoini, se o governo Lula hoje enfrenta uma máquina de chantagem, é porque os verdadeiros criminosos da política continuam blindados. “Ciro Nogueira, Alcolumbre, Motta e tantos outros que operam esse esquema de desvio de verbas precisam ser investigados a fundo. O STF, com Flávio Dino à frente, está dando os primeiros passos. Mas o Brasil precisa encarar de frente esse sistema podre que protege bilionários e massacra o povo.”
Com informações da Fórum
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