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Jair Bolsonaro demonstrou clara resignação durante o ato na Avenida Paulista neste domingo (29), sinalizando que assimilou o fim de sua trajetória política. Segundo aliados ouvidos pela imprensa, o ex-presidente exibiu um "conformismo" inédito diante da inelegibilidade irreversível e da possibilidade real de prisão com o avanço do julgamento sobre o golpe no STF. Em contraste com seus discursos anteriores, Bolsonaro evitou qualquer menção à candidatura presidencial em 2026, limitando-se a pedir que apoiadores elejam "50% do Congresso" para supostamente "mudar o destino do Brasil" – frase interpretada como reconhecimento tácito de sua derrota.
A mudança de tom revela uma estratégia desesperada de sobrevivência política familiar. Bolsonaro agora prioriza eleger filhos e a ex-primeira-dama Michelle ao Legislativo, buscando garantir foro privilegiado e proteção jurídica contra as investigações. Essa manobra, porém, enfrenta resistência até mesmo no centrão, onde líderes consideram o clã Bolsonaro um "veneno eleitoral" que pode contaminar candidaturas como as de Tarcísio de Freitas e Ratinho Junior. O temor é que a associação direta transfira a rejeição do ex-presidente para as chapas majoritárias.
O próprio ato na Paulista simbolizou o isolamento crescente de Bolsonaro: reuniu apenas 12 mil pessoas no vão livre do MASP, número que expõe a erosão de sua base. Apesar da presença de governadores como Tarcísio e Zema, a ausência de lideranças nacionais de peso e o discurso reducionista sobre eleger bancadas confirmam o esvaziamento de seu projeto político. Aliados próximos resumem o novo cenário com a expressão "caiu a ficha", indicando que o ex-presidente finalmente compreendeu a gravidade de sua situação jurídica – com o julgamento do golpe no STF prestes a definir seu destino ainda em 2025. Este episódio marca o início da transição forçada de liderança no campo conservador brasileiro.
Com informações do g1
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