1/7/2025 12:44

PF age contra máfia da saúde no RJ e investiga superfaturamento de remédios

395 visitas - Fonte: Plantão Brasil

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (1º), no Rio de Janeiro, a Operação H. Pylori, que investiga um esquema criminoso de fraudes em contratações emergenciais no Hospital Federal de Bonsucesso durante a pandemia de Covid-19. A ação envolve suspeitas de corrupção, superfaturamento e favorecimento a uma empresa de fachada contratada sem licitação para fornecimento de insumos de saúde.

A investigação, conduzida em parceria com o Ministério Público Federal, a Controladoria-Geral da União e a Receita Federal, aponta o envolvimento de servidores públicos e empresários que atuaram em conluio para fraudar o processo de compra. A empresa beneficiada era registrada como gráfica, sem funcionários, sem autorização da Anvisa e havia sido criada poucos meses antes de ser contratada.

O processo de contratação ocorreu com prazos absurdamente curtos e simulações de consulta de preços, o que impediu a ampla concorrência e comprometeu a lisura da operação. Os investigadores destacam que o caso representa um ataque direto ao interesse público em um dos momentos mais críticos da pandemia, com indícios claros de conluio para desviar recursos destinados à saúde.

Dentre os produtos superfaturados estão o Omeprazol e luvas cirúrgicas, cujos preços, mesmo no contexto de escassez da pandemia, foram considerados “exorbitantes”. As compras, segundo a PF, superaram os valores praticados em outras contratações públicas da mesma época, configurando abuso e desvio de verba pública.

A operação cumpre 12 mandados de busca e apreensão em residências e endereços comerciais nas cidades do Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis e Duque de Caxias. Os alvos são suspeitos de ligação direta com as contratações fraudulentas, inclusive servidores públicos com poder de decisão dentro da unidade hospitalar.

Os investigados poderão responder por peculato, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação e lavagem de dinheiro, com penas que podem ultrapassar 20 anos de prisão. O nome da operação remete à bactéria Helicobacter pylori, que afeta o estômago e cujo tratamento exige Omeprazol — justamente um dos medicamentos superfaturados no esquema.

Com informações do Brasil 247

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