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A mais nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (2), escancarou a resistência conservadora da Câmara dos Deputados a pautas progressistas. Segundo o levantamento, 70% dos deputados federais se posicionam contra o fim da escala 6x1, proposta que beneficiaria milhões de trabalhadores ao permitir uma jornada de 36 horas semanais, distribuídas em quatro dias de trabalho. A iniciativa foi apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), com base em projeto do petista Reginaldo Lopes, mas enfrenta forte rejeição.
Como era de se esperar, o maior índice de oposição vem da extrema direita: 92% dos deputados bolsonaristas são contra a proposta. Entre os parlamentares independentes, 74% também rejeitam. No campo governista, ainda há resistência — 55% são contra — mas uma parcela significativa (44%) já demonstra apoio à mudança, o que evidencia um esforço do governo Lula em avançar com pautas sociais, mesmo enfrentando um Congresso majoritariamente hostil.
Outras pautas avaliadas na pesquisa revelam contradições do Legislativo. Temas com grande apoio popular, como o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda (88%) e até mesmo a exploração de petróleo na Amazônia (83%), receberam alta aprovação. Já medidas que tocam em privilégios de elites, como o fim dos supersalários e a exclusão do Judiciário do teto de gastos, foram amplamente rejeitadas.
O projeto que acaba com os supersalários, defendido pelo governo Lula, foi reprovado por 53% dos parlamentares, apesar de mirar o fim de abusos no serviço público. A proposta estabelece o limite de vencimentos em R$ 46.366, o teto do funcionalismo. Ainda assim, somente 32% dos deputados declararam apoio à medida, enquanto 15% preferiram não se posicionar — uma omissão reveladora.
O levantamento expõe uma Câmara dominada pela direita: 45% dos deputados se dizem conservadores, 25% se identificam como de centro e apenas 21% se declaram de esquerda. O perfil ideológico dos parlamentares ajuda a explicar a resistência às pautas sociais e trabalhistas, dificultando o avanço de projetos do governo que visam a reduzir desigualdades e garantir mais justiça fiscal e trabalhista.
A pesquisa foi realizada com 203 deputados, entre os dias 7 de maio e 30 de junho, representando 40% da atual composição da Câmara. A amostragem respeitou a diversidade regional e ideológica dos partidos, conforme os critérios do Brazilian Legislative Surveys.
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Com informações do DCM
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