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Um dos maiores ataques cibernéticos da história do sistema financeiro brasileiro escancarou a fragilidade de prestadores terceirizados ligados ao Banco Central. A empresa BMP, que oferece serviços financeiros para fintechs e empresas, confirmou ter sido gravemente afetada por um ataque à C&M Software — uma das poucas autorizadas a intermediar operações como Pix, TED e boletos entre instituições financeiras e o Banco Central.
O golpe ocorreu na madrugada de 30 de junho, quando hackers exploraram vulnerabilidades na C&M para executar transações fraudulentas diretamente com o Banco Central. A BMP foi a principal atingida, com prejuízo estimado em R$ 400 milhões, dos quais cerca de R$ 160 milhões já foram recuperados. O CEO da BMP, Carlos Benitez, relatou que as transações partiram da C&M, sem visibilidade imediata da empresa afetada.
O ataque combinou diferentes métodos, como roubo de credenciais, phishing e possível clonagem de certificados digitais. O alarme soou após uma transferência suspeita de R$ 18 milhões ser reportada por outro banco. Apesar da gravidade, o executivo destacou que o prejuízo foi contido graças à estratégia conservadora da BMP, que mantém capital próprio nas contas de liquidação, protegendo os clientes de perdas diretas.
A falha escancarou um novo nível de vulnerabilidade: o elo frágil dos prestadores de serviço terceirizados conectados ao sistema do Banco Central. Outras instituições, como Credsystem e Banco Paulista, também sofreram prejuízos. A confirmação do rombo total no caixa da BMP no BC só veio ao final do dia, após horas de incerteza.
Apesar do impacto, a BMP manteve a confiança do mercado e recebeu apoio de gigantes como Itaú, Bradesco e BTG Pactual. O volume sob sua custódia aumentou para R$ 2,8 bilhões, reflexo do reconhecimento ao seu modelo de gestão prudente. Benitez defende mudanças urgentes no setor, como testes de estresse mais rigorosos e novas regras de segurança para evitar futuros desastres.
Para o executivo, se o ataque tivesse sido direcionado à própria BMP, 92% das transações fraudulentas teriam sido bloqueadas. O caso expõe os perigos de um sistema que, sob o pretexto da eficiência, terceiriza funções sensíveis sem a devida fiscalização.
Com informações do Brasil 247
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