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Enquanto prega corte de gastos públicos, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), viajou a Portugal em jatinho da Força Aérea Brasileira (FAB) para participar de um evento jurídico apelidado nos bastidores de “Gilmarpalooza”. A viagem ocorreu no luxuoso jato Legacy VC-99B, da FAB, com capacidade para 15 pessoas, contrastando com o discurso de austeridade e com a postura de ministros do STF que foram em voos comerciais pagos pelos organizadores.
O avião decolou de Brasília na madrugada de 1º de julho, fez escala em Cabo Verde para reabastecimento e seguiu para Lisboa. A aeronave pertence ao Grupo de Transporte Especial (GTE), destinado a missões oficiais com autoridades de alto escalão. Fontes afirmam que o jato saiu lotado e que Motta ainda ofereceu carona a outros deputados, inclusive ao ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). No entanto, a lista oficial de passageiros permanece escondida.
O episódio expõe mais uma vez a hipocrisia de figuras políticas ligadas ao centrão e ao bolsonarismo, que posam de defensores da responsabilidade fiscal, mas não hesitam em usar recursos públicos para viagens de luxo. A situação também gera desconforto no Planalto, especialmente após recentes traições políticas de Motta em votações estratégicas para o governo Lula.
Esta não é a primeira vez que Hugo Motta usa jatos da FAB para viagens internacionais. Em maio, ele também embarcou para Nova York em compromissos com empresários ligados ao LIDE, fundado por João Doria, utilizando novamente estrutura oficial bancada pelo povo brasileiro.
O decreto que regula o uso das aeronaves da FAB determina que cabe ao órgão solicitante — no caso, a Câmara — divulgar a lista de passageiros, o que até agora não ocorreu. O mesmo modelo de avião já foi usado durante a pandemia para transportar respiradores e insumos médicos, o que escancara o contraste entre o uso necessário da frota em momentos críticos e o atual esbanjamento com viagens de conveniência.
Mais uma vez, os aliados do bolsonarismo demonstram que os discursos sobre “corte de gastos” são seletivos e, na prática, se rendem aos privilégios enquanto atacam os direitos da população.
Com informações do DCM
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