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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta sexta-feira (4) que os países do Sul Global assumam a liderança na reformulação do sistema tributário internacional. Durante seminário no encontro anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) no Rio de Janeiro, Haddad alertou que a concentração de renda atingiu níveis "inimagináveis", com cerca de 3 mil famílias detendo US$ 15 trilhões em patrimônio – realidade que exige medidas urgentes como a taxação de grandes fortunas.
Haddad criticou a redução global de impostos sobre os super-ricos nas últimas décadas: "Houve queda brutal de alíquotas. Isso precisa ser repensado". Para ele, as regras da OCDE são insuficientes para combater a regressividade tributária, especialmente quando nações da África, Ásia e América Latina enfrentam "graves restrições fiscais". O ministro vinculou a crise de desigualdade a outros desafios globais: citou o impacto "dramático" da inteligência artificial no emprego, exigindo transformações na educação, e lembrou que eventos climáticos extremos – como as enchentes no Rio Grande do Sul – expõem a falta de instrumentos financeiros em países pobres.
Diante desse cenário, Haddad propôs a superação do modelo de Bretton Woods, vigente desde 1944: "Os problemas financeiros não são mais nacionais, mas internacionais". A declaração ecoou a fala de Nelson Barbosa (BNDES), que no mesmo evento destacou a necessidade de respostas coordenadas às transições energética, digital e demográfica. O ministro concluiu com um apelo: "Se não ousarmos ir além dos mecanismos atuais, não enfrentaremos os desafios humanos de nosso tempo".
Com informações do jornal O Globo
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