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Dois agentes da Polícia Federal, com acesso a informações altamente sensíveis, deixaram seus cargos no Brasil e foram morar nos Estados Unidos, na mesma cidade onde vive o bolsonarista foragido Eduardo Bolsonaro. André de Oliveira Valdez e Letícia da Cunha Padilha, casal de policiais com histórico de atuação na área de inteligência da corporação, pediram licença não remunerada entre abril e maio deste ano e trocaram Brasília por Arlington, no Texas.
A presença dos dois em território norte-americano, em plena escalada de tensão diplomática e jurídica entre o Brasil e o governo Trump, acendeu um alerta entre membros da PF e especialistas em segurança. Os temores se concentram no risco de vazamento de informações estratégicas, justamente num momento em que o STF julga os golpistas liderados por Jair Bolsonaro e a PF aprofunda investigações contra a rede bolsonarista e sua atuação ilegal dentro do Estado brasileiro.
Valdez atuava na Diretoria de Inteligência Policial (DIP), setor responsável por investigações sigilosas como a tentativa de golpe e o escândalo da Abin paralela. Ele chegou a participar da varredura de segurança no TSE antes da posse de Alexandre de Moraes. Já Padilha, considerada bolsonarista por colegas, tinha cargo de confiança na área de prospecção de ferramentas de inteligência. Mesmo com esse histórico, ambos migraram para uma cidade a poucos minutos dos locais frequentados por Eduardo Bolsonaro e sua esposa, Heloísa.
Letícia é filha de militar da reserva, apoiadora declarada de Jair Bolsonaro e filiada ao União Brasil desde 2020. Nas redes sociais, celebrou com entusiasmo a vitória de Donald Trump com o hino dos EUA. Internamente, demonstrava descontentamento com as ações da PF contra os golpistas e seu antigo chefe, o delegado Alessandro Moretti, foi indiciado por espionagem ilegal no caso da Abin paralela.
A Polícia Federal informou que ambos estão afastados por “interesse particular” e, nessa condição, não têm acesso a sistemas ou dados da instituição. No entanto, a permanência de dois ex-agentes da inteligência brasileira em solo americano, com vínculos ideológicos explícitos com a extrema-direita, levanta sérias suspeitas. O próprio Valdez se apresenta em redes sociais como especialista em vigilância secreta e, segundo o Intercept, negou qualquer envolvimento com esquemas e criticou a exposição pública.
Com informações do DCM
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