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A ofensiva tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, contra o Brasil já começa a provocar efeitos concretos: os Estados Unidos perderam espaço no mercado de carne bovina brasileira, agora superados pelo México. Com a queda nas exportações para os americanos, os mexicanos assumiram o segundo lugar entre os maiores compradores da proteína nacional, ficando atrás apenas da China.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), analisados pela Folha de S.Paulo, o México aumentou em 423% suas compras nos últimos seis meses: foram 3,1 mil toneladas em janeiro, subindo para 16,2 mil em junho. Em julho, o país gastou US$ 69 milhões com carne brasileira, ultrapassando os EUA, que importaram US$ 68,7 milhões no mesmo período.
A queda nas compras americanas foi abrupta. Em abril, os EUA haviam importado 44,2 mil toneladas, movimentando US$ 229 milhões. Em junho, o número despencou para 13,5 mil toneladas e, em julho, caiu ainda mais: 12,3 mil toneladas, com retração de 70% no valor total. A tendência é de piora com a entrada em vigor, no dia 6 de agosto, da nova tarifa de 50% imposta por Trump.
O governo brasileiro e produtores rurais seguem tentando diálogo com autoridades americanas, argumentando que a sobretaxa não prejudica apenas o Brasil, mas também encarece o produto para o consumidor dos Estados Unidos. Ainda assim, a retaliação de Trump tem sido vista como uma medida ideológica, descolada dos interesses comerciais reais.
Enquanto isso, outros mercados seguem aquecidos. O Chile, por exemplo, aumentou suas compras de carne brasileira de US$ 45 milhões em janeiro para US$ 66,5 milhões em julho. Já a China continua isolada na liderança: US$ 732 milhões em compras no mês, totalizando 132 mil toneladas — o segundo maior volume da história das exportações brasileiras.
Mesmo com o boicote americano, julho já é o melhor mês da década para a carne bovina do Brasil, com US$ 1,352 bilhão em exportações, superando os US$ 1,313 bilhão de junho. Em relação ao mesmo período de 2023, o crescimento é de pelo menos 30%.
Com informações do DCM
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