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O governo Lula trata com cautela a possibilidade de uma conversa direta entre o presidente brasileiro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tentar conter os impactos da sobretaxa de 50% que entra em vigor nesta quarta-feira (7) e atinge cerca de 60% das exportações brasileiras. A medida imposta unilateralmente por Trump já provoca preocupação no Planalto e no Itamaraty.
Apesar de Trump ter declarado que Lula poderia “ligar quando quiser”, diplomatas avaliam que a fala do presidente norte-americano pode ter mais de cálculo político do que de real abertura ao diálogo. O governo brasileiro quer garantias de que uma eventual conversa não será usada como palanque eleitoral ou para pressionar o Brasil em temas sensíveis, como o julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe.
A prioridade do Planalto é proteger a economia nacional, especialmente os setores do agronegócio e da indústria de médio porte, diretamente afetados pela nova tarifa. Lula e sua equipe avaliam que qualquer passo precipitado pode agravar o cenário comercial e transformar o problema econômico em uma crise diplomática. Por isso, querem que um eventual telefonema seja cuidadosamente preparado e, de preferência, parta de iniciativa oficial da Casa Branca.
Enquanto o diálogo direto com Trump é adiado, o chanceler Mauro Vieira já se reuniu com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em encontro protocolar. Ao mesmo tempo, o vice-presidente Geraldo Alckmin mantém conversas com o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o ministro Fernando Haddad deve falar em breve com o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
Há também preocupação com o uso político que Trump possa fazer da retaliação comercial. Recentemente, o presidente norte-americano publicou uma carta defendendo Bolsonaro e atacando o ministro Alexandre de Moraes, insinuando que a sobretaxa seria uma resposta à atuação da Justiça brasileira. O Brasil, no entanto, reafirma que sua soberania não está à venda e espera que os EUA se disponham a negociar sem chantagens políticas.
A orientação no governo Lula é clara: manter os canais diplomáticos abertos, evitar rupturas e preservar os interesses nacionais acima de tudo. A expectativa é de que a Casa Branca apresente um sinal concreto de que está disposta a resolver a crise de forma técnica e respeitosa, sem intervenções que possam comprometer a autonomia brasileira.
Com informações do DCM
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