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A Tesla está enfrentando uma das maiores crises de sua história recente na Europa. Dados oficiais divulgados nesta terça-feira (5) revelam que, só em julho, as vendas da montadora norte-americana despencaram mais de 50% nos dois principais mercados do continente: Reino Unido e Alemanha. Enquanto isso, a chinesa BYD segue na contramão e registrou um crescimento explosivo no mesmo período, conquistando o público europeu com preços acessíveis e uma rede de distribuição em expansão.
A derrocada da Tesla não é apenas resultado da concorrência. A imagem de seu dono, o bilionário Elon Musk, sofreu um desgaste profundo nos últimos meses, especialmente após sua controversa atuação no governo de Donald Trump, onde chefiou o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (Doge). As decisões impopulares de Musk — como cortes em massa no funcionalismo público e o fechamento de agências federais — alimentaram a rejeição à Tesla entre consumidores mais progressistas e moderados.
Nem mesmo o reposicionamento do Model Y impediu o tombo. No Reino Unido, a Tesla vendeu apenas 987 veículos em julho, queda de 60% em relação ao ano anterior. Na Alemanha, o número foi ainda mais simbólico: 1.110 unidades, uma retração de 55%. Nos dez maiores mercados europeus combinados, a queda acumulada da montadora é de 45%, revelando o colapso da fidelidade à marca, que antes era um trunfo.
A pesquisa da S&P Global Mobility mostrou o impacto direto da associação de Musk com a extrema-direita trumpista. A taxa de fidelidade dos clientes da Tesla caiu de 73% em meados de 2024 para menos de 50% em março deste ano. O estrago foi tão grande que Musk precisou abandonar o cargo no Doge em maio. A Tesla, outrora símbolo de inovação, virou alvo de boicotes e críticas em diversos países.
Enquanto isso, a BYD se consolida como a nova estrela do setor. Só na Alemanha, as vendas da montadora chinesa aumentaram cinco vezes em julho, e no Reino Unido, o crescimento passou dos 300%. Com uma estratégia voltada para acessibilidade, inovação e escala, a BYD representa hoje o que a Tesla já foi: uma marca com apelo popular e foco no futuro.
A Tesla ainda mantém alguma força no mercado dos Estados Unidos, mas seu cenário global é incerto. Entre o desgaste político de seu dono, a ascensão chinesa e a mudança de perfil do consumidor europeu, a montadora terá que se reinventar para não ficar para trás. A era de glamour e monopólio parece ter ficado no retrovisor.
Com informações do Brasil 247
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